BRASÍLIA - O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), afirmou que busca um entendimento até a noite desta terça-feira, 11, sobre o projeto de combate às facções criminosas, proposta do governo federal sob a relatoria do deputado Guilherme Derrite (PP-SP). As declarações ocorreram após uma reunião do colégio de líderes com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
"Estou muito empenhado desde as 7h da manhã, com o presidente Hugo Motta, na busca de um entendimento", disse Guimarães. "Vou agora ao Palácio (do Planalto) e ainda hoje a gente vai buscar construir um entendimento naquelas questões que são centrais no relatório do Derrite", acrescentou.
Guimarães prosseguiu: "Qual é o sentimento? O sentimento é de que vamos pegar o texto apresentado, a segunda versão, e até a noite construir esse entendimento". De acordo com o líder do governo, Motta atendeu o seu pedido de não apreciar a matéria nesta terça e possibilitar um acordo com o relator. "Nós vamos negociar com ele (Derrite) até amanhã, se for necessário a noite toda, para votarmos essa matéria", disse Guimarães.
O líder do governo afirmou ainda que quer obter "alto grau de unanimidade" em torno do projeto. Segundo o petista, as duas questões centrais se dão sobre a redefinição das atribuições da Polícia Federal e as alterações na Lei Antiterrorismo, propostas por Derrite. O presidente da Câmara disse mais cedo que a Câmara não permitirá a redução do papel da Polícia Federal e da soberania nacional.
Ao seu lado na ocasião, o líder do PP na Câmara, Dr. Luizinho (RJ), reiterou a previsão de haver um consenso até a quarta-feira, 12. Luizinho também disse que a designação de Derrite como relator foi um pedido do seu partido e defendeu a nomeação do ex-secretário do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). "Teremos um deputado do Progressistas que vai ser correto, acima de tudo, com o Brasil", afirmou o líder do PP.
Já o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), preferiu atacar Derrite, dizendo que sua proposta resgata o "espírito" da "PEC da Blindagem", texto de emenda à Constituição que dava ao Congresso Nacional poderes para barrar processos judiciais contra parlamentares.
"O relator desfigurou o projeto. É o maior ataque da história do Brasil contra a Polícia Federal", afirmou. "Tem uma utilização oportunista de uma legislação que era para combater as facções criminosas no Brasil para criar um novo tipo de PEC da Blindagem", sustentou.