Entenda o indiciamento de Bolsonaro e Eduardo em 4 pontos

O ex-presidente e o filho foram indiciados pela Polícia Federal nesta quarta-feira, 20

20 ago 2025 - 21h14
(atualizado às 22h55)
Bolsonaro indiciado pela PF: entenda principais pontos do inquérito sobre coação
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o filho Eduardo Bolsonaro (PL) foram indiciados pela Polícia Federal nesta quarta-feira, 20, por tentativa de obstrução da Justiça no processo que investiga a tentativa de um golpe de Estado, no qual Bolsonaro é réu.

A PF divulgou um relatório com base em trocas de mensagens entre Bolsonaro e o filho que, segundo os investigadores, mostram tentativas do ex-presidente e de Eduardo de intimidar autoridades brasileiras e atrapalhar o curso das investigações sobre a articulação golpista.

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Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro em evento
Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro em evento
Foto: Pedro H. Tesch/Getty Images

Entenda abaixo o indiciamento em 4 pontos principais:

Ligação com Trump

A Polícia Federal analisou conversas entre Bolsonaro e Eduardo na qual o filho do ex-presidente manifestou medo de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, 'vire as costas' para Bolsonaro e pare de demonstrar apoio ao ex-presidente brasileiro em meio ao processo por tentativa de golpe de Estado.

Eduardo aconselhou o pai a fazer publicações em agradecimento a Trump após ele impor tarifas ao Brasil como forma de retaliação pelo processo que investiga Bolsonaro.

Segundo a PF, isso mostra que o ex-presidente e o filho "não só tinham ciência prévia das ações que estavam por vir, como atuaram de forma coordenada, em unidade de desígnios, para concretização de sanções por governo estrangeiro contra o Estado Brasileiro", com a intenç~~ao de atrapalhar o curso do processo.

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Asilo na Argentina

Foi encontrado no celular de Jair Bolsonaro um arquivo de 33 páginas salvo em fevereiro do ano passado, dois dias após a deflagração da Operação Tempus Veritatis, que apurou a tentativa de golpe de Estado, cujo um dos principais alvos foi o ex-presidente.

O documento escrito em primeira pessoa é uma carta endereçada ao atual presidente da Argentina, Javier Milei, aliado de Bolsonaro. Nele, o ex-presidente brasileiro pede asilo político no país vizinho.

"De início, devo dizer que sou, em meu país de origem, perseguido por motivos e delitos essencialmente políticos. No âmbito de tal perseguição, recentemente, fui alvo de diversas medidas cautelares", diz um trecho da carta.

Para a PF, o documento mostra que, desde a deflagração da operação, Bolsonaro planejou ações para fugir do país e impedir a aplicação da ação penal.

Movimentação financeiras

Ao analisar os registros bancários de Bolsonaro e Eduardo, os investigadores encontraram transferências enviadas pelo ex-presidente ao filho em valores não suficientes para disparar um alerta para a necessidade de monitoramento das movimentações.

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As transferências começaram a ser feitas em fevereiro deste ano e aconteceram mensalmente até a viagem de Eduardo aos Estados Unidos para angariar apoio do governo Trump ao pai.

Os investigadores analisam que Bolsonaro atuou com "a finalidade de se desfazer dos recursos financeiros que tinha em sua posse imediata, bem como evitar possíveis medidas judiciais que limitassem e/ou impedissem de consumar o intento criminoso de apoiar financeiramente as ações do parlamentar licenciado no exterior".

Silas Malafaia

O pastor Silas Malafaia foi alvo de um mandado de busca e apreensão executado pela Polícia Federal na noite desta quarta-feira, 20. A ação aconteceu no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, após o líder religioso desembarcar de um voo vindo de Lisboa.

Na ação, foram apreendidos dois celulares que estavam em posse de Malafaia. O pastor não foi indiciado, mas foi alvo do mandado, aprovado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após os investigadores encontrarem mensagens do religioso enviadas a Bolsonaro e Eduardo.

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Os investigadores apontam que essas conversas demonstram articulações para tentar coagir autoridades brasileiras.

Fonte: Redação Terra
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