No dia do julgamento de Bolsonaro no STF, a Embaixada dos EUA no Brasil republicou mensagem crítica a Alexandre de Moraes, enquanto Donald Trump impôs tarifa ao Brasil em defesa do ex-presidente.
No primeiro dia de exposição dos votos dos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o processo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil republicou uma mensagem contrária ao relator do caso, Alexandre de Moraes. A publicação desta terça-feira, 9, trata-se de uma tradução do que foi originalmente postado por Darren Beattie, oficial de Diplomacia Pública dos EUA.
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Beattie relacionou o 7 de setembro, que caiu no último domingo e celebrou a Independência do Brasil, com a bandeira levantada pelos EUA de luta pela liberdade."
"Dia 7 de setembro marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores de liberdade e justiça. Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais – continuaremos a tomar as medidas cabíveis", diz o texto republicado pela embaixada.
Dia 7 de setembro marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores de liberdade e justiça. Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas… https://t.co/hViIVdfzfI
— Embaixada EUA Brasil (@EmbaixadaEUA) September 9, 2025
A mensagem não se aprofunda em quais medidas seriam essas. O Brasil já está sendo alvo de uma tarifa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump como retaliação ao que o republicano chamou de "caça às bruxas" a Bolsonaro. No texto em que anunciou a taxação, Trump disse que o julgamento contra o ex-presidente "não deveria estar acontecendo".
Bolsonaro, assim como outros sete réus, está sendo julgado nesta semana pela Primeira Turma do STF, composta pelos seguintes ministros: Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin (presidente da Turma). O julgamento está previsto para terminar até sexta-feira, 12.
Além dele, compõem o chamado "núcleo crucial":
- o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, Walter Braga Netto;
- o ex-ajudante de ordens Mauro Cid;
- o almirante de esquadra que comandou a Marinha, Almir Garnier;
- o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres;
- o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno;
- e o general e ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira.