'Ditadura': o que disseram filhos de Bolsonaro sobre a prisão de pai

Senador defendeu que decisão é "uma satisfação pessoal" e "uma clara demonstração de vingança"

4 ago 2025 - 19h22
(atualizado às 21h02)
Senador Flávio Bolsonaro afirmou que decisão de Moraes é uma "satisfação pessoal"
Senador Flávio Bolsonaro afirmou que decisão de Moraes é uma "satisfação pessoal"
Foto: Reprodução/CNN

O senador Flávio Bolsonaro (PL‑RJ) declarou que o Brasil se encontra "oficialmente em uma ditadura", reagindo à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex‑presidente Jair Bolsonaro. A fala foi dada em entrevista à CNN nesta segunda-feira, 4.

Flávio relatou indignação ao saber da nova medida: "É mais um capítulo triste na história do Brasil em que nós estamos oficialmente em uma ditadura onde uma única pessoa sozinha decreta uma prisão do ex‑presidente da república". 

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O senador também reforçou sua crença de que a decisão seria parte de uma 'vingança pessoal' de ministro. "Não bastou apenas ele desequilibrar o processo eleitoral atuando como presidente do TSE, e pesando mais a favor do nosso concorrente, foi uma missão dada. É uma missão cumprida".

Flávio afirma que é uma "satisfação pessoal" de Moraes colocar em prisão domiciliar "a maior referência de todos nos na política no Brasil hoje". 

"Uma clara demonstração de vingança às sanções que ele sofreu pela Lei Magnitsky". Ele afirmou ainda que Moraes "ficou muito incomodado" com a demonstração de "afeto e carinho" no ato bolsonarista de domingo, 3.

Em seu perfil no Twitter, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestou sobre a prisão do pai em um post em inglês. "Meu pai, Jair Bolsonaro, foi preso hoje por apoiar, de sua própria casa, o povo brasileiro que foi às ruas para protestar contra os abusos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. E porque eu e meus irmãos postamos fotos dele. Uma prisão sem crime, sem provas, sem julgamento... Apenas abuso de poder para silenciar o líder da oposição brasileira. O Brasil não é mais uma democracia. O mundo precisa tomar conhecimento disso".

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Vale lembrar que a informação de que Jair Bolsonaro foi preso por postagem de uma foto dos filhos não é verdadeira. Na decisão, Moraes cita um vídeo em que Bolsonaro manda recado para apoiadores durante a manifestação do último domingo. O post chegou a ser removido por Flávio minutos depois.

Mais tarde, Eduardo voltou a postar e chamou o ministro de psicopata. "Desde que traçamos nossos planos para a restauração das liberdades no Brasil, sempre tivemos uma certeza: Alexandre de Moraes é um psicopata descontrolado que jamais hesitara em dobrar a aposta. Após ser sancionado como violador de direitos humanos que é, no dia seguinte a uma multidão tomar as ruas no Brasil contra ele e no mesmo dia em que novas denúncias da Vaza-Toga expuseram a podridão do seu gabinete, ele reagiu da única forma que conhece: dobrando a aposta em uma cortina de fumaça autoritária", disse.

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Havia sido determinado a proibição de postagens em redes sociais, incluindo de terceiros, sob pena de prisão. Agora, além da prisão domiciliar, Bolsonaro está proibido de receber visitas. O STF também mandou apreender um celular que foi encontrado na casa do ex-presidente.

Na decisão, proferida nesta segunda, Moraes afirma que Bolsonaro fez uso de redes sociais de aliados, incluindo seus filhos parlamentares, para divulgar mensagens com "claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro".

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Uma das postagens se deu no domingo, na conta do Flávio. Durante as manifestações bolsonaristas que ocorreram em diferentes capitais, o senador publicou um vídeo em que Bolsonaro manda recado para apoiadores.

Questionado, Flávio afirmou que não descumpriu medida cautelar por não ser investigado. "Eu posso postar aquilo que eu quiser, não tem restrição nenhuma".

"Qual o problema de fazer uma saudação e subir para rede social?". No vídeo, Bolsonaro diz: "É pela nossa liberdade. É pelo nosso futuro. É pelo Brasil'.

Em nota, a defesa de Bolsonaro alegou surpresa e negou que o ex-presidente "não descumpriu qualquer medida". "A frase “Boa tarde, Copacabana. Boa tarde meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos” não pode ser compreendida como descumprimento de medida cautelar, nem como ato criminoso", destacaram os advogados, que acrescentaram que irão apresentar os recursos cabíveis.

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Fonte: Redação Terra
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