Após interromper Alexandre de Moraes no início da sessão do julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado, na manhã desta terça-feira, 9, o ministro Luiz Fux se ausentou do plenário da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por quase dez minutos.
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De acordo com fontes, isso indica divergências de Fux em relação à posição da maioria dos ministros sobre o julgamento de Bolsonaro e outros sete réus por trama golpista. O ministro Flávio Dino também se ausentou por alguns minutos da sessão.
Primeiro a votar e relator do caso, Moraes analisava as contestações das defesas de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete investigados quando foi interrompido por Fux, que sinalizou um debate sobre os pontos do processo nos quais divergiu. A interrupção ocorreu seis minutos após o início da manifestação do relator.
"Vossa Excelência está votando nas preliminares. Eu vou me reservar o direito de me manifestar sobre elas na oportunidade em que for votar. Desde o recebimento da denúncia, por uma questão de coerência, sempre ressalvei que fui vencido nas posições. Eu acho que voltarei a esse ponto. Muito embora, assim como Vossa Excelência está votando de forma direta [no mérito], eu também votarei diretamente, mas abordarei também as questões preliminares", disse Fux.
Após a interrupção, Moraes lembrou que todas as preliminares que ele citou já foram rejeitadas por unanimidade no recebimento da denúncia, e que não houve nenhum fato novo que justificasse uma revisão da posição da Corte. O relator reafirmou que o próprio Fux havia julgado improcedentes os pedidos de nulidade.