SP: execução de ex-delegado Ruy Ferraz ocorreu a 200 metros da sede do MP

Homicídio que vitimou Ruy Ferraz Fontes ocorreu na frente de um equipamento municipal

16 set 2025 - 17h21
(atualizado às 18h00)
Resumo
O ex-delegado Ruy Ferraz Fontes foi morto a tiros de fuzil em Praia Grande enquanto fugia de criminosos; dois suspeitos foram identificados, mas ninguém foi preso.
Imagens mostram cortejo do ex-delegado Ruy Ferraz executado em Praia Grande
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A execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, ocorreu a cerca de 210 metros da sede do Ministério Público. O crime aconteceu no início da noite desta segunda-feira, 15. O equipamento estadual fica a pouco mais de um minuto de onde o carro de Ruy bateu contra um ônibus municipal, enquanto ele fugia dos criminosos, e depois foi morto com disparos de fuzil.

O crime ocorreu exatamente em frente ao Centro Especializado de Odontologia (CEO) da cidade. Ou seja, tudo foi feito aos olhos dos equipamentos municipais e estaduais e isso sequer inibiu os assassinos. Nesta terça-feira, 16, o Terra foi até a esquina da Rua 1° de Janeiro e a Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, onde o crime ocorreu por volta das 18h. 

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A única coisa que lembrava o terrível crime acontecido na noite anterior era as pessoas passando de carro, a pé, ou de moto, que apontavam para o local exato do homicídio. Não havia sequer um pedaço qualquer do veículo da vítima ou vestígios de sangue.

Testemunhas relatam desespero em execução de ex-delegado Ruy Ferraz: ‘Muito medo’
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Nem mesmo as pessoas que trabalhavam em um mercado atacadista próximo eram da mesma equipe que atuava no local na noite anterior. As investigações seguem. Até o momento, dois suspeitos do crime foram identificados pela Polícia Civil, que pediu à Justiça que deferisse a prisão. Ninguém foi preso.

Uma fonte confirmou à reportagem que equipes da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota) fazem incursão em comunidades nesta terça.

Testemunhas 

Apesar de nada remeter ao crime, o clima na avenida era tenso. Pessoas que trabalhavam em comércios próximos relataram o que puderam ouvir.

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Uma das testemunhas ouvidas pela reportagem, em condição de anonimato, afirmou que ouviu uma batida de carro e seguia para fora do estabelecimento onde trabalha para ajudar a vítima, mas desistiu quando ouviu os tiros. 

A execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes ocorreu há cerca de 210 metros da sede do Ministério Público em Praia Grande (SP)
A execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes ocorreu há cerca de 210 metros da sede do Ministério Público em Praia Grande (SP)
Foto: Vanessa Ortiz/Terra

“A gente estava vindo só para realmente socorrer mesmo, pensando que era um acidente. Mas quando [a gente] viu que o negócio era sério, pelos barulhos já ninguém queria mais se envolver”, relatou.

“Um barulho muito forte de fuzil. Fomos saber depois, na verdade, porque devido ao barulho o eco foi aqui para dentro”, relembrou.

Outra testemunha --que também não quis se identificar-- descreveu que o ‘clima ficou tenso’ com o homicídio. Ela trabalha na mesma avenida, há poucos metros do local do crime, e também ouviu tudo. O relato até parece da mesma pessoa: ouviu a batida, achou que alguém havia se machucado e começaram os tiros.

“Na hora, a gente ficou bem assustado porque começou depois o barulho de tiro e era bem forte.  Ficou um clima muito chato de se trabalhar porque entrava muita polícia, saía muita polícia. Estava um clima muito pesado”, contou.

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Relembre o crime

Ruy Ferraz foi morto na noite de segunda-feira, 15, por criminosos. Ele dirigia um veículo na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas quando perdeu o controle da direção e colidiu com dois ônibus. Um vídeo mostra que ele já estava fugindo de criminosos.

Após a colisão, bandidos que vinham em outro veículo pararam, saíram do carro, atiraram com fuzis contra o ex-delegado-geral e fugiram. A execução foi registrada por câmeras de segurança. Após o crime, o carro usado pelos criminosos foi encontrado em chamas a cerca de dois quilômetros do local.

De acordo com o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, dois suspeitos já foram identificados. Até o momento, ninguém foi preso.

Fonte: Portal Terra
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