O ex-delegado Ruy Ferraz Fontes foi morto a tiros de fuzil em Praia Grande enquanto fugia de criminosos; dois suspeitos foram identificados, mas ninguém foi preso.
A execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, ocorreu a cerca de 210 metros da sede do Ministério Público. O crime aconteceu no início da noite desta segunda-feira, 15. O equipamento estadual fica a pouco mais de um minuto de onde o carro de Ruy bateu contra um ônibus municipal, enquanto ele fugia dos criminosos, e depois foi morto com disparos de fuzil.
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O crime ocorreu exatamente em frente ao Centro Especializado de Odontologia (CEO) da cidade. Ou seja, tudo foi feito aos olhos dos equipamentos municipais e estaduais e isso sequer inibiu os assassinos. Nesta terça-feira, 16, o Terra foi até a esquina da Rua 1° de Janeiro e a Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, onde o crime ocorreu por volta das 18h.
A única coisa que lembrava o terrível crime acontecido na noite anterior era as pessoas passando de carro, a pé, ou de moto, que apontavam para o local exato do homicídio. Não havia sequer um pedaço qualquer do veículo da vítima ou vestígios de sangue.
Nem mesmo as pessoas que trabalhavam em um mercado atacadista próximo eram da mesma equipe que atuava no local na noite anterior. As investigações seguem. Até o momento, dois suspeitos do crime foram identificados pela Polícia Civil, que pediu à Justiça que deferisse a prisão. Ninguém foi preso.
Uma fonte confirmou à reportagem que equipes da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota) fazem incursão em comunidades nesta terça.
Testemunhas
Apesar de nada remeter ao crime, o clima na avenida era tenso. Pessoas que trabalhavam em comércios próximos relataram o que puderam ouvir.
Uma das testemunhas ouvidas pela reportagem, em condição de anonimato, afirmou que ouviu uma batida de carro e seguia para fora do estabelecimento onde trabalha para ajudar a vítima, mas desistiu quando ouviu os tiros.
“A gente estava vindo só para realmente socorrer mesmo, pensando que era um acidente. Mas quando [a gente] viu que o negócio era sério, pelos barulhos já ninguém queria mais se envolver”, relatou.
“Um barulho muito forte de fuzil. Fomos saber depois, na verdade, porque devido ao barulho o eco foi aqui para dentro”, relembrou.
Outra testemunha --que também não quis se identificar-- descreveu que o ‘clima ficou tenso’ com o homicídio. Ela trabalha na mesma avenida, há poucos metros do local do crime, e também ouviu tudo. O relato até parece da mesma pessoa: ouviu a batida, achou que alguém havia se machucado e começaram os tiros.
“Na hora, a gente ficou bem assustado porque começou depois o barulho de tiro e era bem forte. Ficou um clima muito chato de se trabalhar porque entrava muita polícia, saía muita polícia. Estava um clima muito pesado”, contou.
Relembre o crime
Ruy Ferraz foi morto na noite de segunda-feira, 15, por criminosos. Ele dirigia um veículo na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas quando perdeu o controle da direção e colidiu com dois ônibus. Um vídeo mostra que ele já estava fugindo de criminosos.
Após a colisão, bandidos que vinham em outro veículo pararam, saíram do carro, atiraram com fuzis contra o ex-delegado-geral e fugiram. A execução foi registrada por câmeras de segurança. Após o crime, o carro usado pelos criminosos foi encontrado em chamas a cerca de dois quilômetros do local.
De acordo com o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, dois suspeitos já foram identificados. Até o momento, ninguém foi preso.