Testemunha desistiu de ajudar ex-delegado morto após ouvir tiros: ‘Barulho muito forte’
Ruy Ferraz Fontes foi executado em Praia Grande, no litoral de São Paulo, na noite de segunda-feira
Quem estava próximo ao local onde o ex-delegado Ruy Ferraz Fontes foi executado em Praia Grande, no litoral de São Paulo, pôde ouvir os vários disparos efetuados pelos criminosos. Uma das testemunhas ouvidas pelo Terra, em condição de anonimato, afirmou que ouviu uma batida de carro e seguia para fora do estabelecimento onde trabalha para ajudar a vítima, mas desistiu quando ouviu os tiros.
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“A gente estava vindo só para realmente socorrer mesmo, pensando que era um acidente. Mas quando [a gente] viu que o negócio era sério, pelos barulhos já ninguém queria mais se envolver”, relatou.
O caso ocorreu por volta das 18h20 da segunda-feira, 15, entre a Rua 1° de Janeiro e a Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas. Após a batida do carro do doutor Ruy contra um ônibus municipal, os criminosos desceram de um carro e dispararam várias vezes contra ele.
“Um barulho muito forte de fuzil. Fomos saber depois, na verdade, porque, devido ao barulho, o eco foi aqui para dentro”, escreveu.
O homem conta ainda que só saiu do estabelecimento depois de cerca de 15 minutos, quando tudo já havia silenciado. Foi aí que soube a gravidade do ocorrido; no entanto, não sabia que se tratava de uma execução com perseguição. Achava que tinha sido uma briga de trânsito.
“Eu pensei até que era algum acerto de contas ou briga de trânsito, fechando alguém assim, e acabou se vingando”, afirmou.
Outra testemunha --que também não quis se identificar-- descreveu que o ‘clima ficou tenso’ com o homicídio. Ela trabalha na mesma avenida, há poucos metros do local do crime, e também ouviu tudo.
O relato até parece da mesma pessoa: ouviu a batida, achou que alguém havia se machucado e começaram os tiros.
“Na hora, a gente ficou bem assustado porque começou depois o barulho de tiro e era bem forte. Ficou um clima muito chato de se trabalhar porque entrava muita polícia, saía muita polícia. Estava um clima muito pesado”, contou.
Ela conta que estava próxima a uma bomba de gasolina, no momento do crime, e ficou com medo de tudo explodir. “Tiro de fuzil é um tiro muito forte. Se tivesse tirado nas bombas, poderia ser uma coisa muito mais grave, né?.”
Relembre o crime
Ruy Ferraz foi morto na noite desta segunda-feira, 15, por criminosos. Ele dirigia um veículo na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas quando perdeu o controle da direção e colidiu com dois ônibus. Um vídeo mostra que ele já estava fugindo de criminosos.
Após a colisão, bandidos que vinham em outro veículo pararam, saíram do carro, atiraram com fuzis contra o ex-delegado-geral e fugiram. A execução foi registrada por câmeras de segurança.
Após o crime, o carro usado pelos criminosos foi encontrado em chamas a cerca de dois quilômetros do local.
De acordo com o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, dois suspeitos já foram identificados. Até o momento, ninguém foi preso.



