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Começa hoje júri de pagodeiro acusado de matar ex-mulher em Guarulhos

11 set 2013 - 09h12
(atualizado às 09h57)
<p>Disfarçado, o pagodeiro alegou inocência durante uma entrevista em 2010</p>
Disfarçado, o pagodeiro alegou inocência durante uma entrevista em 2010
Foto: André Lessa / Agência Estado

O júri popular do pagodeiro Evandro Gomes Correia Filho, 40 anos, será realizado a partir desta quarta-feira no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo. O julgamento deveria ter ocorrido em 8 de maio, mas foi adiado para hoje após o advogado de defesa, Ademar Gomes, anexar novas provas ao processo, alegando que elas eram "imprescindíveis" para o caso. Evandro é acusado da morte da ex-mulher Andreia Cristina Bezerra Nóbrega, 31 anos, em 18 de novembro de 2008, e pela tentativa de homicídio do próprio filho, L.M.N, que tinha 6 anos à época. Foragido desde então, o pagodeiro nega o crime.

Veja como funciona o júri popular

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Em 8 de maio deste ano, o juiz Paulo Eduardo de Almeida Chaves Marsiglia decidiu que os documentos apresentados pela defesa deveriam passar por análise, remarcando o julgamento para o dia 11 de setembro, às 10h. Na época, as novas provas provocaram uma discussão entre o advogado e o promotor do caso, Rodrigo Merli. O representante do Ministério Público criticou o advogado do pagodeiro por anexar os documentos fora do prazo, que é de três dias antes do júri.

Andreia morreu após cair da janela do terceiro andar do prédio onde morava, em Guarulhos, enquanto o menino foi internado com uma fratura no maxilar, após cair sobre a marquise da edificação. Entre as testemunhas que serão ouvidas pelo juiz, está a criança, hoje com 10 anos. O garoto será ouvido em sigilo e, no momento do depoimento, o plenário será esvaziado. Na época do crime, ele foi ouvido por um delegado, um promotor, uma psicóloga e uma assistente social. O menino chegou a desenhar um homem com uma faca na mão e uma mulher com uma criança no colo. Ele relatou ainda uma briga entre o casal.

Em 2010, usando peruca, barba falsa, óculos escuros e bigode, Evandro negou participação na morte da ex-mulher, durante uma entrevista no escritório de seu advogado, em São Paulo. Naquele ano, o inquérito policial o apontou como o autor do crime. A Justiça decretou a prisão preventiva dele no final de 2008, mas como ele nunca se apresentou à Justiça é considerado foragido. Ele aproveitou a lei que impede prisões em período eleitoral para dar sua versão do caso em São Paulo.

O disfarce foi usado para que ele não fosse reconhecido na cidade onde morava, na Região Nordeste. Na ocasião, o pagodeiro reafirmou que a ex-mulher se jogou com o filho do apartamento depois de uma discussão.

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O advogado de defesa Ademar Gomes está confiante na absolvição do pagodeiro. Ele reitera que o Ministério Público é quem deve provar que Evandro é culpado e se mostra tranquilo com o caso.

"A defesa está realmente preparada para o embate com o MP para demonstrar a inocência do acusado. Esperamos ter um julgamento tranquilo para todas as partes, sem qualquer incidente. Ele irá comparecer para demonstrar aos jurados a sua versão. Estamos confiantes que a justiça seja feita", disse Ademar.

O advogado de defesa mantém a tese negativa da autoria do crime. "A acusação tem que provar que ele cometeu o homicídio, e não nós. Estamos tranquilos, confiantes na Justiça", completou Gomes.

Já o promotor Rodrigo Merli acredita que a tese sustentada pela defesa causa "perplexidade". Segundo ele, Gomes e Evandro dirão aos jurados que a ex-mulher cometeu suicídio e queria matar o próprio filho. Merli afirmou que a tese não tem "lógica", por conta do perfil psicológico da vítima.

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"Estamos bastante tranquilos sobre o processo. Vamos tentar demonstrar por testemunhas que ele (Evandro) infernizava a Andreia, era possesivo, ciumento. Mesmo tendo outros relacionamentos e outro filho, ela era a primeira mulher dele. É o primeiro amor que ele não poderia perder", disse Merli.

O promotor afirmou que, entre as testemunhas, será ouvido um dos ex-namorados de Andreia, com quem ela se relacionou após o casamento com Evandro. A ideia é demonstrar que o réu ameaçava sua ex-mulher com frequência. "Ela fazia Boletins de Ocorrência e ele tinha a sensação de ser explorado financeiramente, o que existe em todo crime passional. Ele pagava pensão para o Lucas, alugava o apartamento e não admitia ser explorado. Ele pagava as despesas e ela se relacionava com outro homem", afirmou.

Outra prova que a promotoria irá usar serão as imagens que, segundo Merli, mostram Evandro esperando mãe e filho chegarem no apartamento. "Ele esperava, pegou a faca, cortou o gás e falou que eles estavam o atraindo. Ela, desesperada, fez o que fez. Ela salva o filho e não mata o filho, como dizem. Ela é uma heroína, ao contrário dele, que sai demonstrando sua culpa, porque nada o impediria de auxiliar os dois. Ele vem com o argumento que temia ser linchado, mas isso estava na consciência dele", disse.

Além disso, o grande momento do julgamento deve ser o depoimento sigiloso da criança. "Vamos levar as psicólogas que atenderam o Lucas, mas a defesa vai dizer que o menino está sendo induzido a incriminar o pai por cinco anos", disse Merli.

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Fonte: Terra
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