SP: STJ nega pedido de defesa de pagodeiro acusado de matar ex-mulher

21 ago 2013 - 16h39
(atualizado em 22/8/2013 às 12h49)
Disfarçado, o pagodeiro alegou inocência durante uma entrevista em 2010 no escritório do seu advogado
Disfarçado, o pagodeiro alegou inocência durante uma entrevista em 2010 no escritório do seu advogado
Foto: André Lessa / Agência Estado

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou nesta quarta-feira pedido liminar de habeas corpus feito pela defesa do pagodeiro Evandro Gomes Correia Filho, 40 anos, acusado pela morte da ex-mulher Andréa Cristina Bezerra Nóbrega, 31 anos, em 18 de novembro de 2008, e pela tentativa de homicídio de seu filho, L.M.N, com 6 anos à época. O advogado do réu pretendia reproduzir quatro horas de vídeos durante o julgamento, sem que o tempo destinado posteriormente aos debates fosse prejudicado.

A adição dos vídeos ao processo foi uma das causas do adiamento do júri para o próximo dia 11 de setembro. Ao negar o pedido de liminar, a ministra Laurita Vaz, responsável pela decisão, afirmou que o caso requer um aprofundamento do exame do próprio mérito do habeas corpus, que deverá ser analisado pela Quinta Turma do STJ. 

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“É de se reservar tal deliberação para quando da apreciação definitiva da matéria, depois de instruídos os autos com peças informativas e o parecer ministerial”, afirmou a ministra. 

O advogado do pagodeiro, Ademar Gomes, afirmou que entrará amanhã com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) alegando o cerceamento de defesa de Evandro. "O julgamento do caso Lindemberg começou com exibição de vídeo, o do coronel Ubiratan, o do goleiro Bruno, do Mizael, vários. (...) É descabida essa decisão", disse Gomes. 

Evandro é acusado de causar a morte da ex-mulher e de tentar matar o filho, de seis anos, em 18 de novembro de 2008. Em maio, o julgamento do pagodeiro foi adiado para o dia 11 de setembro, por causa de provas adicionadas ao processo. 

As novas provas provocaram uma discussão entre o advogado e o promotor do caso, Rodrigo Merli. O representante do Ministério Público acusou o advogado do pagodeiro, Ademar Gomes, de anexar os documentos fora do prazo, que é de três dias antes do júri. 

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"Esse julgamento está se tornando uma palhaçada, um circo. Foram anexados documentos novos às vésperas do plenário. São pareceres psiquiátricos encomendados dizendo que vítima tinha tendências suicidas. Também foram anexados 15 novos DVDs com quatro horas de gravação, mais dois celulares supostamente do Evandro", disse Merli. 

O crime

Andréa morreu após cair da janela do terceiro andar do prédio onde morava, em Guarulhos, enquanto o menino foi internado com uma fratura do maxilar, após cair sobre a marquise da edificação.

Entre as testemunhas que serão ouvidas pelo juiz está o filho de Evandro, L.M.N, hoje com 10 anos. Ele será ouvido em sigilo. No momento do depoimento, o plenário será esvaziado. Na época do crime, ele foi ouvido por delegado, um promotor, uma psicóloga e uma assistente social. O garoto chegou a desenhar um homem com uma faca na mão e uma mulher com uma criança no colo. Relatou ainda uma briga entre o casal.

Em 2010, usando peruca, barba falsa, óculos escuros e bigode, Evandro negou participação na morte da ex-mulher, durante uma entrevista coletiva no escritório de seu advogado. Naquele ano, o inquérito policial apontou Corrêa como o autor do crime. A Justiça decretou a prisão preventiva dele no final de 2008, mas como ele nunca apresentou à Justiça, é considerado foragido. Ele aproveitou a lei que impede prisões em período eleitoral para dar sua versão do caso em São Paulo. O disfarce foi usado para que ele não fosse reconhecido na cidade onde morava, em um Estado do Nordeste. Na ocasião, o pagodeiro reafirmou que a ex-mulher se jogou com o filho do apartamento depois de uma discussão.  

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Fonte: Terra
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