Familiares de mortos em megaoperação no Rio se ajoelham em avenida para pedir liberação de corpos

Protesto acontece dois dias após ação que deixou mais de 120 mortos

30 out 2025 - 18h38
(atualizado em 31/10/2025 às 15h21)
Resumo
Familiares de vítimas da megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão protestaram na Avenida Francisco Bicalho, no Rio de Janeiro, pedindo a liberação dos corpos das mais de 120 vítimas, na operação mais letal da história do estado.
Familiares de mortos em operação se ajoelham em avenida para pedir liberação de corpos no Rio
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Os familiares de mortos na megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, iniciaram um protesto pedindo pela liberação dos corpos das vítimas no fim da tarde desta quinta-feira, 30.

Emocionados e de mãos dadas, aproximadamente 30 mulheres ocuparam as pistas da Avenida Francisco Bicalho, na porta do Instituto Médico-Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, para impedir a passagem de veículos. 

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“Chacina! Isso é uma covardia! Eles são bandidos, nós não! Pelo menos, liberar o corpo. Libera o corpo”, gritou uma das familiares durante a mobilização. “Todos nós queremos trazer os nossos filhos, os nossos maridos, os nossos parentes pra casa. [...] Nós só queremos justiça”. 

Após passarem o dia sem obter informações precisas sobre os corpos de parentes, cerca de 30 mulheres ocuparam a Avenida Francisco Bicalho, no Centro da cidade, em frente ao Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto.

Familiares de mortos em massacre no Rio se ajoelham em avenida para pedir liberação de corpos
Familiares de mortos em massacre no Rio se ajoelham em avenida para pedir liberação de corpos
Foto: Éros Mendes / Terra

Tomadas pelo sentimento de revolta, elas denunciavam descaso por parte de funcionários do IML e desejavam ser atendidas para realizar o reconhecimento e, posteriormente, a liberação dos corpos. “Sabemos que eles estão mortos, nós só queremos justiça pra liberar os corpos e podermos fazer um enterro digno”, desabafou uma das mulheres, ajoelhada ao chão no meio da avenida.

A manifestação durou cerca de 25 minutos e gerou impactos no trânsito. Um motorista alegava estar com a avó idosa em casa e desejava seguir. Em determinado momento, o homem ameaçou avançar com o carro sobre familiares das vitimas da operação, até ser contido pelas autoridade.

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Por fim, o protesto foi dispersado pelos policiais. Os agentes atiraram spray de pimenta sobre as mulheres e também sobre os profissionais de imprensa que acompanhavam o ato. Assim, de maneira truculenta, acabaram por liberar as vias.

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Essa é a operação mais letal da história do estado, segundo números do Palácio Guanabara. O governo do RJ confirmou na quarta-feira, 29, 121 mortos, sendo 4 policiais e 117 suspeitos. Além das mortes, o secretário da Polícia Civil, o delegado Felipe Curi, disse que houve 113 presos, 33 nos estados do Amazonas, Ceará, Pará e Pernambuco. 

Fonte: Portal Terra
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