'A cabeça do meu filho estava presa em uma árvore', diz pai de jovem morto em megaoperação no RJ

Ação nos complexos da Penha e do Alemão deixou mais de 120 mortos

30 out 2025 - 17h23
(atualizado às 18h14)
Resumo
Operação policial nos complexos da Penha e do Alemão resultou em mais de 120 mortos, sendo considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, com relatos de violência extrema.
‘A cabeça do meu filho estava presa em uma árvore’, diz pai de jovem morto em megaoperação no RJ
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Alex Rosário da Costa é um dos familiares que está na porta do IML, no Rio de Janeiro, aguardando por informações a respeito do corpo do filho, Iago Ravel Rodrigues Rosário, nesta quinta-feira, 30. O jovem está entre os 121 mortos após a megaoperação policial contra o Comando Vermelho, nos Complexos do Alemão e da Penha, na última terça-feira, 28. 

Ao Terra, Alex desabafou sobre a crueldade policial e reclamou da falta de informações e demora para reconhecimento. "A cabeça do meu filho [Iago] estava presa em uma árvore", desabafou. 

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Alex explicou que as pessoas que encontraram o corpo de Iago revelaram que o jovem havia sido 'decapitado'. Ainda segundo Alex, há relatos de que ao menos 13 mortos foram encontrados decapitados. 

“Quem fez isso com o meu filho não é policial, é psicopata. Isso é carnificina, o meu filho se rendeu’”, declarou Alex. 

Essa é a operação mais letal da história do estado, segundo números do Palácio Guanabara. O governo do RJ confirmou na quarta-feira, 29, 121 mortos, sendo 4 policiais e 117 suspeitos. Além das mortes, o secretário da Polícia Civil, o delegado Felipe Curi, disse que houve 113 presos, 33 nos estados do Amazonas, Ceará, Pará e Pernambuco. 

Praça da Penha amanhece com fila de corpos cobertos por lona após megaoperação no Rio de Janeiro
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Remoção dos corpos

Inicialmente as autoridades locais haviam confirmado 64 mortos, incluindo quatro policiais, após a megaoperação de terça-feira, 28. No dia seguinte a ação, moradores retiraram dezenas de corpos de uma  área de mata do Complexo da Penha, elevando o número de vítimas fatais para 121. 

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Mais cedo, o secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, afirmou em coletiva que os moradores que participaram da remoção dos corpos vão ser investigados por fraude processual.  

Imagens que rodaram o País mostram moradores e familiares cercando os corpos de pessoas mortas no Complexo da Penha. Segundo o secretário, alguns desses registros ajudariam a apurar a conduta de moradores que, de acordo com ele, removeram evidências.

“Temos imagens de pessoas retirando as roupas dos marginais e colocando em via pública. Essas pessoas serão responsabilizadas”, declarou, referindo-se à investigação por fraude processual. Ainda segundo Curi, outros 58 corpos foram retirados pela polícia.

O secretário foi firme ao afirmar que os corpos levados à praça seriam de suspeitos que usavam 'roupas táticas' durante o confronto. 

Fonte: Portal Terra
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