'Tinham a intenção muito clara de matar', diz Chico Alencar sobre megaoperação

Deputado federal pelo PSOL-RJ classificou a operação como criminosa

30 out 2025 - 17h59
(atualizado às 18h34)
Resumo
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) classificou como criminosa a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos, acusando-a de ter como objetivo claro a eliminação de vidas e criticando a violência e falta de planejamento.
‘Finalidade era matar, não prender’, diz Chico Alencar sobre megaoperação da polícia no RJ
Video Player

O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou nesta quinta-feira, 30, que a chacina nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que deixou mais de 120 mortos, foi “criminosa”. Segundo ele, após ouvir relatos de moradores, ficou claro que o objetivo da ação era matar.

“No complexo do Alemão, da Cufa, onde ouvimos depoimentos muito tocantes, muito tangentes sobre a morte generalizada. Uma operação em que tudo indicava que a finalidade era matar e não prender e não ter uma perspectiva de longo prazo”, disse Alencar.

Publicidade

Alencar e outros políticos estiveram na porta do Instituto Médico-Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, e afirmaram que estão cobrando uma lista completa das vítimas. De acordo com Alencar, um morador relatou que, na “última chacina”, os suspeitos que morreram nesta semana tinham apenas 10 anos. 

“Será que na próxima a gente vai ter que ver a dor e a tragédia daqueles que tinham 10 anos antes? E as promessas, uma nova ocupação social, políticas públicas sem acontecer? O abandono do complexo da Penha e do Alemão foi muito enfatizado e a segurança pública, que é um direito de todos, ali é praticada dessa maneira: violenta, truculenta, criminosa”, lamentou. 

‘Tinham a intenção muito clara de matar’, diz Chico Alencar sobre megaoperação no Complexo da Penha
‘Tinham a intenção muito clara de matar’, diz Chico Alencar sobre megaoperação no Complexo da Penha
Foto: Éros Mendes / Terra

O parlamentar disse ainda que lamenta as mortes de policiais, mas destacou que sabemos os nomes dos agentes e todas as honras serão feitas, diferente dos suspeitos. “É uma nebulosidade total. Eles estão sendo jogados na ‘ninguém-dade’ (sic.). Parece que não são gente. E isso não é admissível. Até nas guerras, o direito de sepultar os seus mortos, o direito a ter os seus corpos para as famílias é assegurado”, destacou. 

Alencar defendeu uma perícia independente e criticou a falta de planejamento da operação. “Para quem faz uma operação de guerra dessas, tinha que haver um mínimo de planejamento para pensar desde reações, posteriores das organizações criminosas e conter para a cidade não ficar um caos como ficou. Até os procedimentos, já que eles tinham a intenção muito clara de matar, que o Instituto Médico Legal, suas unidades, tivessem capacidade, mas parece que é uma segunda morte, é vilipendiar sobre as vítimas”, pontuou o deputado. 

Publicidade

Megaoperação

Praça da Penha amanhece com fila de corpos cobertos por lona após megaoperação no Rio de Janeiro
Video Player

Essa é a operação mais letal da história do estado, segundo números do Palácio Guanabara. O governo do RJ confirmou na quarta-feira, 29, 121 mortos, sendo 4 policiais e 117 suspeitos. Além das mortes, o secretário da Polícia Civil, o delegado Felipe Curi, disse que houve 113 presos, 33 nos estados do Amazonas, Ceará, Pará e Pernambuco. 

Fonte: Portal Terra
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações