O influenciador Victor Bonato, acusado de estupro por três fiéis, foi inocentado em julho de 2024 por falta de provas. Ele admitiu relações consensuais, passou 58 dias preso e atualmente busca reavaliar sua vida e valores.
O influenciador evangélico Victor Bonato, acusado de estupro por três fiéis do Movimento Galpão, foi inocentado em julho de 2024. Após passar 58 dias preso e responder ao processo, no qual a Justiça entendeu que não havia provas materiais de crimes e encontrou supostas contradições nos depoimentos, ele confessa que manteve relações sexuais com as denunciantes, mas que tudo foi consensual. A informação é do blog True Crime, do jornal O Globo.
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Victor Bonato chegou a ter 150 mil seguidores no Instagram e postava vídeos sobre valores religiosos e familiares. Os conteúdos tinham linguagem e visual jovens. Na época, ele comandava o Movimento Galpão, em Barueri (SP), que deixou de existir depois que a denúncia veio à tona.
Ele foi preso no dia 20 de setembro de 2023. Dois meses antes, três frequentadoras do local procuraram a delegacia de Barueri para denunciá-lo por violência sexual. Os relatos apontavam que os episódios ocorreram entre junho e agosto daquele ano, envolvendo práticas sexuais inicialmente consensuais, que passaram a ser agressivas.
Uma das jovens afirmou que recebeu tapas no rosto, enquanto outra relatou que foi forçada a sexo oral. Já a terceira declarou ter sido asfixiada durante o sexo. Antes de ser preso, no dia 19 de setembro, ele postou no Instagram um vídeo em que dizia estar "se confessando e pedindo perdão como homem, às meninas com quem eu falhei, que defraudei e magoei".
Bonato foi solto em 16 de novembro, e inocentado em 29 de julho de 2024. O juiz da 2ª Vara Criminal da Comarca de Barueri, Ricardo Augusto Gallego Bueno, destacou, além da ausência de provas materiais e contradições das depoentes, que as três mantiveram contato com o influenciador mesmo após os episódios que classificaram como agressivos. O Ministério Público também foi de encontro ao parecer do juiz de que não havia elementos suficientes para sustentar a acusação.
O líder religioso afirma que manteve relações com as três amigas, em encontros diferentes, mais de uma vez, e que elas frequentavam o mesmo lugar e que fizeram a denúncia por vingança.
“Elas estavam num evento quando descobriram que eu havia ficado com as três. Sentiram-se traídas. Desde então, se juntaram para se vingar. Foram até a delegacia e registraram uma falsa acusação de agressão e estupro”, alega ao colunista Ulisses Campbell.
Ele detalhou que, enquanto esteve na Cadeia Pública de Carapicuíba, Região Metropolitana de São Paulo, ficou em uma cela de segurança com outros acusados de crimes sexuais, em um espaço com cerca de três por quatro metros. O local não possuía janelas, tinha goteiras, camas de concreto e um buraco no chão como sanitário.
Ele não tinha acesso ao banho de sol, televisão ou livros, e sua rotina era limitada a três refeições por dia. Segundo o influenciador, durante esse período, passou grande parte do tempo em silêncio, orando e buscando entender o que havia acontecido.
“No início, morria de medo de ser atacado, pois sempre me disseram que acusado de estupro não dura muito na prisão. Mas, na minha cela, só tinha homens respondendo pelo mesmo tipo de crime”, relatou.
Bonato agora tenta se manter longe dos holofotes, faz acompanhamento psicológico e até aderiu ao voto de castidade. Em 2024, ano em que foi inocentado, fez poucas aparições públicas e passou focado em retiros espirituais e atividades internas da nova igreja em que integra. O influenciador conta que passar pela prisão o levou a reavaliar seus valores e conduta.
“Eu fui imoral? Com certeza. Fui hipócrita ao viver algo que eu mesmo pregava contra. Eu errei? Errei, sim. Mas meu erro foi espiritual. Não cometi crimes. No tipo de vida que escolhi levar, o sexo fora do casamento é pecado. O pecado me custou a liberdade”, alegou.