O carro popular já não existe faz um bom tempo. Ele acabou na última década. O último modelo verdadeiramente popular a chegar ao mercado brasileiro foi o Renault Kwid. Estreou no fim de 2018 com preço de R$ 29.990 na versão de entrada Life, já com quatro airbags, ABS e Isofix de série. Hoje, o mesmo carro, com atualizações, custa R$ 80.690. Ou seja, não se iluda: não vem aí um novo Fiat Uno de R$ 30.000.
Alguns sites (aparentemente jornalísticos) publicaram notícia de que o hatch da marca italiana vai voltar ao País por menos da metade do preço. Artigos na internet mostram a imagem do novo Fiat Panda, um clássico da marca relançado em janeiro de 2025 com versões híbrida e elétrica e estilo de SUV. O modelo original, aliás, deu origem ao Fiat Uno brasileiro. E o novo Panda está cotado para chegar ao País, podendo resgatar o popular da marca.
Entretanto, todos os sinais levam a crer que nunca mais teremos um automóvel 0km por este valor no Brasil. Dos modelos atuais, somente dois são populares na essência: Fiat Mobi e Renault Kwid. Mesmo assim, ambos se encontram na faixa dos R$ 80.000. Como não há uma solução para baratear os carros, o Governo Federal estuda lançar mais um programa de incentivos fiscais, o Carro Sustentável, com bônus para modelos 1.0 flex.
Esse desconto viria na forma de renúncia fiscal, com corte no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de modelos de entrada. Na prática, o benefício poderá fazer os preços dos carros baixarem um tico. Algo como aconteceu há dois anos, na ocasião do programa do Carro Popular. Na época, alguns modelos ficaram disponíveis com bônus por valores próximos de R$ 60 mil, entre eles Kwid e Mobi, além do atual Citroën C3. Porém, naquele ano, os hatches de entrada estavam na faixa de R$ 70 mil.
Novo Fiat deve custar o mesmo que um VW Tera
O carrinho com visual retro futurista é uma espécie de nova geração do Uno e foi lançado na Europa em janeiro para brigar no segmento de entrada. Além do visual, o Fiat Grande Panda tem versões híbrida leve e elétrica. Vem ao Brasil? Sim.
As opções híbridas Pop, Icon e La Prima começam com preço na faixa de 19 mil euros - algo como R$ 121 mil na conversão direta e sem taxas. O hatch traz motor 1.2 turbo a gasolina de três cilindros e sistema elétrico de 48 volts com 21 kW de potência que ajuda em algumas situações, como arranque e em velocidades velocidades de cruzeiro. O Grande Panda Hybrid tem 100 cv e câmbio de dupla embreagem e seis marchas.
Já as versões elétricas Red e La Prima têm preço inicial de 24.900 euros - valor equivalente a R$ 159 mil na conversão direta. Ambas entregam 113 cv de potência e bateria de 42 kWh com autonomia de 320 km no padrão global (WLTP). Segundo a Fiat, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 11 segundos cravados. Já o carregamento leva menos de três horas para recuperar de 20% a 80% em estações de até 11 kW em corrente alternada. E em corrente direta (DC) de até 100 kW, bastam 27 minutos.
Feito na Sérvia, o Fiat Grande Panda usa a plataforma Smart Car do Citroën C3, mas com dimensões mais generosas se comparadas com o hatch. São 3,99 metros de comprimento e 2,54 m de entre-eixos — mesmo porte do C3. O porta-malas, por sua vez, tem bons 361 litros. Já o painel é o destaque a bordo, com display de 10? para o quadro de instrumentos e multimídia de 10,25?. Há comandos físicos para o ar-condicionado e seletor de marchas por botão no console. Um detalhe legal são os materiais de origem sustentável na cabine, como, por exemplo, fibra de bambu.
O compacto vai chegar ao Brasil com produção na fábrica de Betim (MG). O carro já está em testes por aqui, mas o nome pode não ser Grande Panda. Especulações apontam que "Argo" deve ser a nomenclatura escolhida, já que o novo carro vai substituir, de uma só vez, Mobi e Argo. A fabricação deve começar segundo semestre e a estreia, no início de 2026. Possivelmente, o modelo chegará na mesma faixa do recém-lançado Volkswagen Tera, com preço inicial na casa dos R$ 100 mil. Ou seja, três vezes acima do valor sugerido nos caça-cliques publicados por aí.
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