Orçamento 2026 do São Paulo prevê déficit de R$ 3 milhões em festa junina e superávit no fim do ano

Proposta está em pauta no Conselho Deliberativo e deve enfrentar dificuldade para ser aprovada

18 dez 2025 - 07h10

A proposta orçamentária do São Paulo para 2026 está nas mãos dos integrantes do Conselho Deliberativo. A votação será encerrada às 22h desta quinta-feira. Na noite de quarta-feira, quando a discussão começou, a reunião precisou ser encerrada mais cedo após tentativa de invasão por torcedores.

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Apesar de prever déficit acumulado de janeiro a novembro de 2026, a proposta da gestão Júlio Casares indica um superávit (R$ 37,9 milhões) no mês de dezembro. O resultado positivo seria a partir de negociação de atletas (cerca de 40% da previsão de receita) e premiação do Campeonato Brasileiro. A receita com vendas, contudo, seria menor que em 2025.

Se não consideradas o dinheiro das saídas de atletas, o resultado previsto é de déficit de R$ 126 milhões no ano. Nesse cenário, o déficit recorrente médio é de R$ 10,5 milhões por mês.

Futebol do São Paulo seria a única área com redução nos gastos segundo orçamento proposto.
Futebol do São Paulo seria a única área com redução nos gastos segundo orçamento proposto.
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

O futebol profissional é único o setor que tem redução (5%) nos gastos, ainda que seja o mais caro, com R$ 542,2 milhões. As outras áreas têm aumento de despesas em comparação ao orçamento de 2025. O mais curioso é o planejamento da festa junina de 2026, que projeta receita de R$ 480 mil e despesas de R$ 3,5 milhões - um déficit de quase R$ 3 milhões.

A base tem destaque na proposta de Casares. Em dois anos, haveria um aumento de quase 50%, segundo o plano de 2026. Os R$ 40 milhões de 2024 saltariam para R$ 59 milhões no ano que vem.

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Para operar, com 11 meses no vermelho, o São Paulo planeja a captação de R$ 270 milhões em novos empréstimos ou por meio do FIDC (fundo que amortiza dívidas com bancos e instituições financeiras).

Em meio a dissidências, a tendência é de uma votação acirrada e até mesmo da não aprovação da proposta. O grupo Legião, do ex-diretor de futebol Carlos Belmonte, liberou o voto para seus conselheiros. Já o grupo Salve o Tricolor Paulista, que conta com 41 conselheiros, votou integralmente contra.

Além da disputa eleitoral que se aproxima, recentes escândalos vieram à tona no clube. Primeiro, foi exposta a crise no departamento médico do clube. Depois, se tornou público um suposto esquema de venda ilegal de ingressos em um camarote do MorumBis.

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