Palmeiras tem cenário político turbulento antes de eleições

Atual mandatário, Mauricio Galiotte vê oposição crescer e terá um dos antigos apoiadores como adversário no pleito de novembro

1 ago 2018 - 05h11
(atualizado às 08h17)

Após passar por uma última eleição presidencial de candidato único e de clima de paz em 2016, o Palmeiras se prepara para um pleito bem mais tenso em novembro. O atual mandatário, Mauricio Galiotte, enfrenta a perda de apoio de três dos quatro vice-presidentes, reprovações seguidas de contas e questionamentos sobre a relação com a patrocinadora do clube, a Crefisa.

Presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte em treino na Academia de Futebol
Presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte em treino na Academia de Futebol
Foto: DJALMA VASSÃO / Gazeta Press

O mais recente episódio do racha no Palmeiras ocorreu na noite de segunda-feira. O Conselho de Orientação Fiscal (COF) reprovou pelo terceiro mês seguido as contas do presidente. Por 12 votos a quatro, os membros do órgão recusaram os balanços principalmente por discordar da maneira como Galiotte refez o contrato com a Crefisa. Dois aditivos alteraram a forma como o clube conta com o apoio da empresa para adquirir reforços. Como revelado pelo "Estado" em janeiro, a Crefisa foi multada pela Receita Federal pela maneira como bancava as vindas de atletas. Os contratos tiveram de ser mudados.

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Em vez de compra de propriedades de marketing, as contratações passaram então a ser por empréstimos. A mudança fez o Palmeiras ter de devolver cerca de R$ 120 milhões à empresa. A novidade causou questionamentos no COF e membros do órgão chegaram a solicitar um plano de venda dos jogadores trazidos pela Crefisa para amenizar o prejuízo.

Galiotte chegou a ser alvo de dúvidas dos cofistas em uma reunião por admitir ter assinado os aditivos com data retroativa, pois estava de férias, licenciado, e preencheu os documentos dias depois. O departamento jurídico do clube afirmou ao "Estado" que não há ilegalidade no ato, pois mesmo licenciado o presidente continua com poderes de representação.

O cenário de cobrança sobre Galiotte levou o presidente a convocar uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo para explicar as mudanças. O encontro deve ser no próximo dia 20.

O principal adversário na eleição deve ser um dos seus quatro vices atuais. Genaro Marino tem o apoio de outros dois colegas (José Carlos Tomaselli e Victor Fruges), assim como dos ex-presidentes Mustafá Contursi e Paulo Nobre. O rompimento de Galiotte com os vices começou no ano passado, quando o atual presidente rompeu relações com o seu antecessor (Paulo Nobre).

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Galiotte considera as ações no COF como manobras políticas, principalmente pelo órgão ter majoritariamente seguidores do ex-presidente Mustafá Contursi. Segundo aliados de Galiotte, mesmo reprovadas as contas de março tinham superávit de R$ 1 milhão. Ao fim do ano a previsão de faturamento é de R$ 465 milhões. O presidente não se vê ameaçado pela situação, pois considera ter a maioria de apoio no Conselho Deliberativo, para onde são levados para votação final os orçamentos./COLABOROU RAPHAEL RAMOS

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