Em reunião nesta quinta-feira, envolvendo membros de organizadas de Palmeiras e Corinthians, a Polícia Militar acatou a decisão do Ministério Público de torcida única no dérbi de domingo, no Allianz Parque, contrariando a opinião dos próprios torcedores. E também de Zé Roberto. Embora o veterano se anime ao imaginar o estádio inteiro de alviverde, a decisão é encarada como um curativo que não soluciona a violência.
“A punição precisava existir no Brasil, mas não existe. Por isso o clássico perde a beleza de duas torcidas. Colocam um band-aid em uma ferida em vez de curá-la”, criticou. “Somente no Brasil vivenciei essa possibilidade de os torcedores irem para o estádio e ver um espetáculo, mas fazer uma guerra civil antes dos jogos para ver quem morre mais. É lamentável viver no século 21 com torcedores com essa mentalidade.”
Zé Roberto relata tristeza ao lembrar de quando era torcedor. “Quando eu era criança, ia para esses clássicos com minha mãe e chorava de emoção vendo duas torcidas dentro do estádio em ambiente civilizado. Ia para casa feliz por ver grandes espetáculos, com grandes jogadores e tendo a semana para sacanear meu amiguinho de escola. Infelizmente, hoje ninguém pode desfrutar disso”, lembrou.
O camisa 11 promete nunca revelar o time que torcida na infância porque não é “bobo”, mas assegura que realizará um sonho se vencer o dérbi deste domingo, com apenas palmeirenses nas cadeiras do estádio. “Meu sonho é vencer esse clássico. Com certeza, voltar a dar essa alegria aos torcedores que há alguns anos não tem comemorado vitória em Palmeiras x Corinthians”, disse, lembrando do jejum alviverde em clássicos desde 2011.
“No último Gre-Nal, teve uma pequena parcela de torcedores do Inter e foi absurdo o entusiasmo dos torcedores do Grêmio. No nosso estádio, em menor número, a torcida do Palmeiras já faz aquele barulho. Contra o Corinthians, por ser um clássico e pela rivalidade, aquele estádio vai estar lotado. Vai ser algo que sempre sonhei em jogar”, falou, imaginando o clássico de torcida única no domingo.
