A Meta cortou cerca de 600 cargos em seu time de superinteligência artificial. A medida foi confirmada por fontes ouvidas em uma reportagem exclusiva do site Axios publicada na quarta-feira, 22, e faz parte de uma reestruturação para reduzir burocracias internas e acelerar decisões técnicas.
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Os cortes atingiram principalmente os grupos de pesquisa FAIR (Facebook Artificial Intelligence Research), as equipes ligadas à aplicação de IA em produtos e a área de infraestrutura. A unidade TBD Lab (unidade de pesquisa de inteligência artificial), criada recentemente para explorar tecnologias de superinteligência, foi poupada.
Em comunicado interno, o diretor de IA da Meta, Alexandr Wang, afirmou que o enxugamento busca aumentar a eficiência das equipes. “Ao reduzir o tamanho da nossa equipe, menos conversas serão necessárias para tomar uma decisão, e cada pessoa terá mais responsabilidade e mais escopo e impacto”, escreveu.
A empresa orientou os profissionais afetados a se candidatarem a vagas em outras divisões. “Este é um grupo de indivíduos talentosos e precisamos de suas habilidades em outras áreas da empresa”, disse Wang.
A decisão reflete a insatisfação de Mark Zuckerberg com o ritmo dos avanços em IA. Segundo fontes da Axios, o CEO avalia que os projetos não vêm gerando ganhos significativos em desempenho ou inovação.
“Essa conclusão levou a essa reorganização, ao lançamento do TBD Labs e à onda de contratações dispendiosas que coincidiu com o investimento de US$ 15 bilhões da Meta na Scale AI e a contratação de Wang”, pontua o site.
Ainda segundo a reportagem da Axios, a empresa está recrutando e contratando ativamente para sua unidade TBD Lab. Nos últimos meses, a Meta reforçou o time com grandes nomes. A cientista Ananya Kumar, vinda da OpenAI, e Andrew Tulloch, cofundador da Thinking Machines, foram contratados para o TBD Lab. O movimento ocorreu após o lançamento do modelo Llama 4, recebido com frieza por especialistas, segundo a agência de notícias AFP.
O Llama 4 é um modelo de inteligência artificial da Meta, lançado em abril deste ano, que se destaca por sua capacidade de combinar ou se expressar através de diferentes meios de comunicação, como texto, imagens, áudio e gestos. Outro destaque desse modelo é o uso de uma arquitetura de Mistura de Especialistas (MoE) para otimizar a eficiência.
Com a reorganização, a Meta tenta se aproximar de rivais como Google e OpenAI e reposicionar suas ambições no campo da superinteligência. "Estou realmente animado com os modelos que estamos treinando, nossos planos de computação e os produtos que estamos construindo, e estou confiante em nosso caminho para construir a superinteligência", disse Wang para a Axios.