A mineradora global Rio Tinto disse nesta quarta-feira que seu lucro no primeiro semestre cresceu 12 por cento, ficando aquém das estimativas, mesmo após anunciar um programa de recompra de 1 bilhão de dólares em ações listadas em Londres.
A Rio Tinto emergiu do "crash" do mercado de commodities de 2015 e 2016 com o mais forte balanço entre as principais mineradoras, mas preocupações com o aumento da inflação e a dependência do minério de ferro para a maior parte de seus lucros estão reduzindo a confiança em suas ações.
O lucro ajustado para os seis meses até 30 de junho cresceu para 4,42 bilhões de dólares, à medida que a maior produção de minério de ferro compensou os preços mais baixos do material. Mas o resultado ficou abaixo de previsões de 4,53 bilhões de dólares, segundo estimativas de uma pesquisa independente com 15 analistas.
Os papéis da companhia chegaram a cair quase 4 por cento após a divulgação do balanço nesta quarta-feira.
O diretor financeiro da Rio Tinto, Chris Lynch, que está de saída da companhia, disse que contratos antigos de alumina têm custado à empresa "alguns milhões de dólares", uma vez que ela perdeu a exposição aos grandes ganhos de preço do produto --uma matéria-prima usada para fazer alumínio-- depois que os Estados Unidos impuseram sanções à russa Rusal em abril.
A inflação também é uma preocupação, disse Lynch, uma vez que os preços do petróleo subiram ao longo do último ano, elevando os custos de combustível para as mineradoras, e o custo de contratação também aumentou em meio à maior demanda.
A Rio declarou um dividendo semestral de 1,27 dólar por ação, o equivalente a 2,2 bilhões de dólares, alta de 15 por cento frente ao ano anterior.