“Bardot: uma vida de combates”, escreveu na tela a BFM TV ao noticiar, neste domingo (28), a morte da atriz Brigitte Bardot, aos 91 anos.
A artista de personalidade forte realmente recorreu à fama para lutar pelo que acreditava.
Usou suas personagens no cinema para incentivar as mulheres a se emanciparem da sociedade machista e viver o prazer do sexo sem culpa.
Na maturidade, tornou-se conservadora: era antifeminista e crítica de movimentos contra homens abusadores como o ‘Me Too’.
“O feminismo não é para mim. Eu gosto muito de homens”, declarou na última entrevista à TV, justamente para a BFM, em maio deste ano.
Na gravação, defendeu abertamente amigos denunciados por crimes sexuais, como o ator Gérard Depardieu. “São pessoas com talento, ótimas, jogadas no poço.”
Ela não tinha medo de contrariar, escandalizar, ser ‘cancelada’.
Após 11 anos sem receber jornalistas, aceitou abrir as portas de sua casa, a Villa La Madrague, no sul da França, para falar de sua maior paixão, os animais.
“Eu quero a abolição da caça com cães. É um horror”, disse. “É absolutamente necessário que o governo francês concorde em me oferecer, após 50 anos de pedidos sem resposta, pelo menos esta vitória.”
Bardot parecia pressentir o pouco tempo que restava. “É minha última luta. Aos 90 anos, não vou fazer isso de novo em cinco ou dez anos. Esta é a luta final”, afirmou. Seu último aniversário foi em 28 de setembro.
Na mesma conversa com a BFM, a atriz reclamou da falta de privacidade — e, indiretamente, explicou a opção de se isolar do mundo nas últimas décadas.
“Eu sou prisioneira de mim mesma. Por toda a minha vida, eu não pude ir a um restaurante ou tomar um café numa varada”, disse.
Brigitte Bardot deixa um filho, Nicolas Charrier, que foi criado pelo pai e vive na Noruega. Mãe e filho sempre tiveram uma relação distante.