Hoje, muitas mulheres falam abertamente sobre a falta de vontade de ter filhos e o lado sombrio da maternidade.
Corajosas, enfrentam o preconceito de quem não dissocia a condição feminina à reprodução e à construção de uma família tradicional.
Brigitte Bardot já desafiava esse padrão social na década de 1960, quando cedeu a guarda do único filho, Nicolas, ao ex-marido, Jacques Charrier.
As biografias da atriz que morreu no domingo, 28 de dezembro, aos 91 anos, confirmam a inabilidade — ou, talvez, o desinteresse — pela maternidade.
Várias matérias citaram a incompreensão dela com o choro insistente da criança. Um drama comum a tantas mulheres.
A musa do cinema, desejada por todos os homens, sempre prezou a liberdade absoluta.
Provavelmente, agiu certo ao abrir mão da criação do garoto ao invés de se obrigar a um papel maternal indesejado, como o fizeram com resultado catastrófico outras musas dos filmes, a exemplo de Joan Crawford e Bette Davis.
Quando Nicolas teve noção da fama da mãe, manifestou o desejo de não aparecer na imprensa. “Prometi que nunca falaria sobre ele nas minhas entrevistas”, revelou Bardot à revista ‘Paris Match’, em 2024. Ela cumpriu o acordo.
Hoje com 65 anos, o herdeiro vive anonimamente na Noruega. Viajava até Brigitte uma vez por ano. As visitas das duas netas e dos bisnetos eram ainda mais raras. “Eu amo meu filho de uma maneira especial”, disse a atriz, sem entrar em detalhes, ao jornal ‘Var Matin’ em 2018.