Sandra Regina Ruiz Gomes, conhecida como Sandrão, foi condenada por sequestro e homicídio e ganhou destaque pelos relacionamentos na prisão com Suzane Von Richthofen e Elize Matsunaga, além de sua retratação na série Tremembé.
Sandra Regina Ruiz Gomes, mais conhecida como Sandrão, voltou ao centro das atenções com o lançamento da série Tremembé, produção do Prime Video que retrata a rotina dos presos mais conhecidas do país -- entre eles, Suzane Von Richthofen e Elize Matsunaga. Na ficção, o público conhecerá a mulher que viveu um triângulo amoroso com as duas, mas cuja própria trajetória criminal é marcada por um crime brutal.
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Em 2003, Sandrão morava em Jundiapeba, bairro entre Mogi das Cruzes e Suzano, na Grande São Paulo. Conhecida como Galega, era uma figura conhecida entre os vizinhos como truculenta e nunca se dedicou aos estudos ou ao trabalho.
Naquele ano, junto de dois comparsas, sendo um seu namorado, ela bolou um plano para extorquir a família com a casa mais bonita da vizinhança. Os três sequestraram um adolescente de 14 anos, vizinho dela, e exigiram R$ 40 mil de resgate da família.
Durante as negociações, eles perceberam que os parentes do garoto não tinham as condições financeiras esperadas e reduziram o valor para R$ 3 mil. A quantia foi levantada com um agiota e com a ajuda de vizinhos -- ideia sugerida pela própria Sandra, que chegou a consolar a família da vítima enquanto participava do crime.
O trio havia conseguido o que queriam, mas o crime teve um desfecho fatal. Quando o jovem reconheceu Sandrão como uma das sequestradoras, o grupo decidiu executá-lo. O corpo foi encontrado amarrado, amordaçado e com um tiro na cabeça. A polícia chegou aos criminosos após a quebra de sigilo telefônico, e um dos comparsas confessou a participação.
A investigação mostrou que Sandrão era a responsável pelas ligações ameaçadoras. Ela alegou ter sido obrigada a participar do sequestro e negou intenção de matar o adolescente, mas acabou condenada a 24 anos de prisão por sequestro e homicídio.
No sistema prisional, Sandrão acumulou registros de agressão. Em 2011, após agredir um agente penitenciário no centro de ressocialização de São José dos Campos, perdeu o benefício de progressão de regime e foi transferida para Tremembé, presídio feminino de segurança máxima.
Foi lá que viveu dois relacionamentos amorosos que chamaram atenção: primeiro com Elize Matsunaga, depois com Suzane Von Richthofen. Em 2014, Suzane e Sandrão assinaram um "termo de convivência", uma espécie de certidão de casamento dentro da prisão, e passaram a dividir uma cela reservada a casais.
Segundo o livro Suzane: Assassina e Manipuladora, o relacionamento começou a ruir quando a mídia passou a disputar uma entrevista com Suzane. De acordo com a obra, Sandrão e a diretora da penitenciária, Eliana de Freitas Pereira, convenceram Suzane a aceitar o convite.
Suzane queria cobrar cachê e o apresentador Gugu Liberato aceitou pagar -- e exibiu a entrevista no Programa do Gugu, na Record.
Sandrão teria negociado o valor, que não foi confirmado oficialmente, e embolsado uma parcela como comissão. Na segunda parte da entrevista, chegou a comentar sobre o relacionamento entre as duas.
Em maio de 2016, Sandrão foi transferida oficialmente para a penitenciária de São José dos Campos. O casal combinou continuar o namoro à distância, mas pouco depois a sequestradora passou para o regime semiaberto e, em seguida, para o aberto, voltando a morar com o irmão em Mogi das Cruzes -- no mesmo bairro onde cometeu o crime que a levou à prisão.