Nunes diz que não vai autorizar show de Kanye West: 'Ninguém que faz apologia ao nazismo vai tocar ou cantar em SP’

O rapper, conhecido tanto por sua carreira musical quanto por suas polêmicas públicas, havia incluído São Paulo em sua nova turnê

11 nov 2025 - 17h13
(atualizado às 22h39)
Resumo
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, proibiu um show de Kanye West na cidade devido a declarações do rapper consideradas apologias ao nazismo, destacando a intolerância a esse tipo de discurso em equipamentos públicos.
Kanye West coleciona polêmicas e recentemente declarou, com orgulho, ser um homem 'racista, nazista e gordofóbico'
Kanye West coleciona polêmicas e recentemente declarou, com orgulho, ser um homem 'racista, nazista e gordofóbico'
Foto: Getty Images

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), reforçou a decisão de não autorizar o show do rapper norte-americano Kanye West, que estava previsto para o dia 29 de novembro na capital paulista. Em coletiva de imprensa, na segunda-feira, 10, o gestor disse que ninguém que faz apologia ao nazismo vai tocar ou cantar em São Paulo.

“Em equipamento público da prefeitura, ninguém que faça apologia ao nazismo vai tocar ou cantar nem uma palavra. Nós não aceitamos e vamos fazer tudo o que for necessário para que a gente não permita que ninguém que faça apologia ao nazismo tenha qualquer tipo de atividade na cidade de São Paulo”, disse Nunes. 

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Juliana Cardoso Ribeiro Bastos, professora de Direiro Constitucional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), afirma que o prefeito pode vetar a realização do show do rapper na cidade. “Considerando que o autódromo é um bem vinculado à Secretaria de Governo, subordinada ao gabinete do prefeito, a cessão de uso que se formalizou é ato precário que pode ser rescindido unilateralmente, sem que haja direito à indenização.”

De acordo com a especialista, se tratando de local privado, o prefeito não pode impedir o show. Mas vale ressaltar que discurso racista é crime no Brasil, independentemente de acontecer em local público ou privada.  “Um local privado poderia contratar ele, mesmo sabendo que ele tem um discurso de ódio, mas se ele fizesse esse discurso em local privado, ele poderia ser processado no Brasil.”

O rapper, conhecido tanto por sua carreira musical quanto por suas polêmicas públicas, havia incluído São Paulo em sua nova turnê internacional. A expectativa era de que o show ocorresse no Autódromo de Interlagos, na zona sul da capital, capaz de acomodar milhares de fãs.

Caso não seja possível encontrar um novo local privado em São Paulo, os organizadores podem optar por transferir a apresentação para outra cidade com estrutura adequada e maior flexibilidade administrativa. Cidades como Rio de Janeiro e Belo Horizonte já foram mencionadas como possíveis alternativas, mas nenhuma negociação foi confirmada até o momento.

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Entenda as acusações de preconceito a Kanye West

No X (antigo Twitter), o rapper chegou a fazer postagens explícitas. Entre elas, “Eu sou nazista”, “Eu amo Hitler, e agora, vadias?”, “Eu nunca vou me desculpar por meus comentários sobre judeus”, “judeus na verdade odeiam pessoas brancas e usam pessoas negras” e “Eu sou racista, estereótipos existem por uma razão e todos eles são verdade”.

Em outra ocasião, foi processado por Trevor Phillips, que trabalhou para duas de suas empresas por cerca de um ano e alegou ter sofrido discriminação do próprio rapper. No processo, são atribuídas a Kanye West frases como “os judeus querem acabar comigo” e “os judeus roubam todo o meu dinheiro” e “Hitler foi genial”.

O show em Interlagos não é o primeiro caso em que o rapper enfrentou problemas por conta de suas falas. Em 2022, a revista Forbes chegou a estimar um prejuízo de cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5,2 bilhões, na cotação atual) após marcas como Adidas, Gap e Balenciaga terem rompido contratos com o artista por causa de seu posicionamento.

Fonte: Portal Terra
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