O perdão concedido por Donald Trump ao ex-presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández — condenado nos EUA por tráfico internacional de drogas — parecia, à primeira vista, mais um capítulo da longa lista de indultos controversos do ex-presidente dos EUA. Mas o caso vai além do gesto político em meio às eleições hondurenhas e das tensões ideológicas na região. O que emerge por trás do indulto é o interesse de uma rede de aliados de Trump, figuras do movimento MAGA e bilionários do Vale do Silício em um projeto específico: Próspera, a cidade privada construída na ilha de Roatán e considerada uma das iniciativas mais radicais do conceito de Network State.
Idealizada por investidores como Peter Thiel, por entusiastas da teoria das cidades autônomas como Balaji Srinivasan, e por nomes influentes do mundo da tecnologia — incluindo Sam Altman, CEO da OpenAI — Próspera é um experimento político, econômico e cultural. Um laboratório que desperta entusiasmo entre libertários e vigilância entre governos. E agora, um elemento inesperado no tabuleiro da política externa dos EUA.
O que é Próspera?
Próspera nasceu dentro das chamadas Zonas de Emprego e Desenvolvimento Econômico (ZEDEs), criadas durante a presidência de Juan Orlando Hernández como áreas semiautônomas, onde investidores poderiam definir suas próprias regras fiscais, trabalhistas e regulatórias. Inspiradas em conceitos de "charter cities", essas zonas foram vendidas como um ambiente de inovação extrema — e criticadas como um ...
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