Quando alguém fala em Abaporu, muita gente pensa imediatamente na obra de Tarsila do Amaral — o ícone do modernismo brasileiro. Mas, na Unicamp, esse nome ganhou uma nova camada de significado: ele agora batiza um supercomputador que nasceu para "devorar dados" e ajudar a escrever o próximo capítulo da IA no país.
O cenário da inauguração parecia cena de bastidores de filme sci-fi: sala fria, barulho constante e um grupo de convidados disputando espaço para tirar selfies ao lado das máquinas. No meio disso tudo, o professor Anderson Rocha — um dos fundadores do laboratório Recod.ai — apresentou oficialmente o cluster Abaporu, descerrando a placa que marca o início dessa nova fase.
A explicação é simples, mas poderosa: clusters unem vários computadores para trabalharem juntos como se fossem um único sistema. No caso da Unicamp, o Abaporu começa com 28 GPUs, fruto de uma parceria com empresas como Scherm, Supermicro, Nvidia e Positivo. Traduzindo para o "mundo real": são cerca de 50 "pentalhões" de operações por segundo à disposição de quem pesquisa inteligência artificial.
O equipamento nasceu para projetos ligados à engenharia de petróleo, com apoio da Shell Brasil, mas rapidamente ganhou outras frentes. Hoje, já atende empresas como Samsung e Natura, além de órgãos públicos — e a expectativa é crescer ainda mais. Não por acaso: a Unicamp reúne mais de 400 pessoas trabalhando com IA, um dos maiores grupos do país.
A história também revela como o tempo passa rápido na ...
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