A Nvidia desenvolveu uma tecnologia de verificação de localização que pode indicar em que país seus chips estão operando, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto. O recurso pode ajudar a evitar que seus chips de inteligência artificial sejam contrabandeados para países onde sua exportação é proibida.
O recurso, que a Nvidia demonstrou de forma privada nos últimos meses, mas ainda não lançou, envolve uma opção de software que os clientes podem instalar. Ele explora o que é conhecido como recursos de computação confidencial de suas unidades de processamento gráfico (GPUs), disseram as fontes.
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O software foi criado para permitir que os clientes acompanhem o desempenho geral de computação de um chip - uma prática comum entre as empresas que compram processadores para grandes centros de dados - e usa o atraso na comunicação com os servidores executados pela Nvidia para dar uma noção da localização do chip, de acordo com um funcionário da Nvidia.
"Estamos no processo de implementação de um novo serviço de software que capacita os operadores de data center a monitorar a saúde e o inventário de toda a sua frota de GPUs de IA", disse a Nvidia em um comunicado. "Este agente de software instalado pelo cliente aproveita a telemetria da GPU para monitorar a saúde, integridade e inventário da frota."
A Nvidia também disse nesta quarta-feira que "não há recursos que permitam à Nvidia controlar remotamente ou tomar medidas em sistemas registrados" e que os dados de telemetria enviados aos servidores da Nvidia são "somente leitura", o que significa que os servidores da empresa não podem gravar dados de volta no chip.
"Não há nenhum recurso nas GPUs da Nvidia que permita à Nvidia ou a um ator remoto desativar a GPU da Nvidia", disse a companhia. "Não existe um botão de desligar."
O recurso será disponibilizado primeiro nos mais recentes chips "Blackwell" da Nvidia, que têm mais recursos de segurança, mas a empresa está examinando opções para gerações anteriores de chips, de acordo com o funcionário da Nvidia.
Se lançada, a atualização de localização da Nvidia pode atender aos apelos da Casa Branca e dos parlamentares de ambos os principais partidos políticos no Congresso dos Estados Unidos por medidas para evitar o contrabando de chips de IA para a China e outros países onde a venda é restrita. Esses apelos se intensificaram à medida que o Departamento de Justiça dos EUA abriu processos criminais contra redes de contrabando ligadas à China que, supostamente, estavam tentando levar mais de US$160 milhões em chips da Nvidia para a China.
Mas os pedidos de verificação de localização nos EUA também levaram o principal órgão regulador de segurança eletrônica da China a chamar a Nvidia para questionar se seus produtos contêm backdoors que permitirão aos EUA contornar os recursos de segurança dos chips.
Essa nuvem regulatória veio à tona novamente esta semana, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que permitirá a exportação do chip H200, o antecessor mais imediato dos atuais chips Blackwell da Nvidia, para a China. Especialistas em política externa expressaram ceticismo quanto à possibilidade da China permitir que empresas do país os comprem.
A Nvidia negou veementemente que seus chips tenham backdoors.
