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O que é uma “casa bomba”, que a polícia costuma “estourar” em São Paulo?

Levantamento com base em informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) caracteriza locais usados pelo crime

21 jul 2025 - 07h04
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Resumo
A expressão “casa bomba” tornou-se corriqueira a partir da pandemia, usada pela imprensa e pelas polícias Civil e Militar de São Paulo. As notícias oficiais mostram onde estão, como são encontradas, o que há nelas, entre outras características deste ponto estratégico para a logística do tráfico.
Casa bomba encontrada em Paraisópolis por Policiais do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc)
Casa bomba encontrada em Paraisópolis por Policiais do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc)
Foto: SSP-SP

No início de julho, na última ação policial que chamou a atenção em Paraisópolis, a maior favela do estado de São Paulo, foi encontrada uma “casa bomba”. O termo ganhou força durante a pandemia, aparece na imprensa e no jargão policial, mas afinal: o que são, onde estão e como funcionam as casas bomba?

O que policiais civis e militares paulistas menos encontram nesses locais são, de fato, bombas. Apesar do nome explosivo, casas bomba são depósitos de drogas, “não tem moradores fixos” e podem ser vigiadas “por olheiros ou funcionar como ponto de apoio logístico para o tráfico”, explica a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP).

Para entender melhor esses locais, o Visão do Corre fez um levantamento das notícias que mencionam “casa bomba” publicadas no site da SSP-SP. São 83 notícias, a primeira de 2021, mesma época em que o líder comunitário Janilton Oliveira, de Paraisópolis, começou a ouvir a expressão.

Casa bomba em Embu das Artes, Região Metropolitana de São Paulo, caiu em fevereiro de 2025 com 20 mil porções de drogas.
Casa bomba em Embu das Artes, Região Metropolitana de São Paulo, caiu em fevereiro de 2025 com 20 mil porções de drogas.
Foto: SSP-SP

Onde estão e como são encontradas as casas bomba?

Segundo as notícias das SSP-SP, casas bomba foram encontradas na capital paulista, Região Metropolitana, interior e litoral, quase sempre nas periferias. No levantamento do Visão do Corre, a única estourada no centro de São Paulo não era casa.

Policiais “foram informados por um morador de um prédio de que havia barulho e movimentações suspeitas em um apartamento do primeiro andar”. Na maioria das vezes, casas bomba são descobertas a partir de denúncias.

Por isso, quase sempre são “estouradas” pela Polícia Militar, acionada para as ações. Apesar de não terem moradores fixos, rodam homens em flagrante – neste ano, foram 22, e apenas duas mulheres.

Apartamento no centro de São Paulo caiu por denúncia. Polícia Militar prendeu drogas, utensílios, anotações e três homens em flagrante.
Apartamento no centro de São Paulo caiu por denúncia. Polícia Militar prendeu drogas, utensílios, anotações e três homens em flagrante.
Foto: SSP-SP

Cães farejadores apareceram pouco nas operações: somente um encontrou casa bomba, e em outra ocasião, farejou mais drogas no local. O acaso também favorece apreensões, como no Guarujá, litoral paulista, com a Polícia Militar Ambiental.

Agentes realizavam operação “contra invasões e destruições de moradias inabitadas quando encontraram um imóvel com características de servir de apoio ao tráfico de drogas”. Encontraram 86 quilos de cocaína, 22 quilos de maconha, quatro quilos de crack, 15 quilos de ecstasy e LSD.

Casas bomba depositam drogas para o varejo

Em geral, as drogas encontradas nas casas bomba estão preparadas para venda, e as quantidades vão de três pacotinhos a 50 mil porções. Notícia da SSP-SP descreve “milhares de sacos plásticos usados para embalar as substâncias, balanças de precisão, facas, lâminas, calculadora e cadernos com informações sobre o tráfico”.

Casa bomba encontrada pela Polícia Civil no bairro Cidade Júlia, na zona sul de São Paulo. Quantidade de embalagens dá ideia do consumo.
Casa bomba encontrada pela Polícia Civil no bairro Cidade Júlia, na zona sul de São Paulo. Quantidade de embalagens dá ideia do consumo.
Foto: SSP-SP

Quando a casa bomba cai com drogas que ainda não tinham sido preparadas para o varejo – o que acontece pouco – as quantidades variaram de dois a 300 quilos, como em uma em favela da zona sul de São Paulo, em abril deste ano.

“Foram apreendidos 257 quilos de cocaína, 40,6 quilos de maconha, 150 gramas de crack, 23 litros de lança-perfume, 7 litros de éter, 43 mil invólucros vazios, além de 62 munições, cinco máquinas seladoras, uma máquina de embalagem e uma balança de precisão”, descreve nota oficial.

Quais drogas são encontradas nas casas bomba?

Maconha, cocaína e crack são as drogas mais encontradas nas casas bomba. Chama a atenção que, neste ano, das 16 ações em casas bomba noticiadas pela SSP-SP, em somente duas havia ice, droga da moda.

Casa bomba em Jundiai, interior paulista. Única apreensão noticiada em 2025 pela SSP-SP em que havia ice, 430 porções.
Casa bomba em Jundiai, interior paulista. Única apreensão noticiada em 2025 pela SSP-SP em que havia ice, 430 porções.
Foto: SSP-SP

A presença de lança-perfume mostra que o entorpecente ainda é bastante consumido: foi encontrado em sete estouros de casas bomba neste ano, em quantidades que variam de um tonel com 20 litros a 200 frascos prontos para a venda.

Do ponto de vista bélico, nenhuma bomba foi achada, e há mais munições do que armas. Neste ano, somente uma pistola, uma espingarda e um fuzil foram apreendidos em casas bomba, segundo as notícias das SSP-SP.

Nesta apreensão em julho em Caieiras, Grande São Paulo, além das drogas da foto, havia 20 litros de lança-perfume.
Nesta apreensão em julho em Caieiras, Grande São Paulo, além das drogas da foto, havia 20 litros de lança-perfume.
Foto: SSP-SP

A grande quantidade de drogas preparadas para a venda e a quase ausência de armas pode levar a presumir que há criminosos próximos, armados, guardando as biqueiras e, caso precisem, há munição de reposição.

Estouradas em flagrante após denúncias, quase não há tiroteios quando caem as casas bomba. Acontecem até cenas pitorescas, como o homem que tentou fugir, “mas os policiais o perseguiram e ele foi encontrado atrás do tanque da vizinha”.

Fonte: Visão do Corre
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