Bailarinas do Complexo do Alemão dão mais um passo decisivo: agora, rumo a Paris
Jovens de 17 e 20 anos conquistaram oportunidade de realizar intercâmbio em duas escolas francesas renomadas
Dançarinas farão estágios na Choreia Arts Studio e no Conservatório Regional de Paris Ida Rubinstein. Crias de projeto social, provam que a dança pode ser uma ferramenta de transformação e inspiração.
Duas bailarinas do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, crias de projeto social de dança, estão a caminho de Paris, onde fazem intercâmbio em duas escolas renomadas até o início de outubro. A boa notícia – em dose dupla, elevada ao quadrado – soma mais passos, na dança e na vida, rumo à realização das jovens.
Emily Moreira, 20 anos, e Duda Macedo, 17, farão estágios na Choreia Arts Studio e no Conservatório Regional de Paris Ida Rubinstein. Emily quer ser professora de balé clássico; Duda participou de um intercâmbio no Canadá e foi aprovada em dois programas do prestigiado Dance Theatre of Harlem, em Nova York.
Quem fez a conexão entre o Complexo do Alemão e Paris foi o bailarino internacional Edilson Roque, cria da Penha, no Rio de Janeiro, que mora na França. A coordenadora do projeto Vidançar, frequentado pelas dançarinas, diz que “além do intercâmbio, elas vão acompanhar o ensaio geral e assistir ao espetáculo Giselle, na Ópera de Paris”.
Do Complexo do Alemão a Paris, com escala na autoestima
Duda Macedo esteve na Argentina, Flórida, Canadá e Nova York, em competições internacionais e escolas renomadas. “Por onde vou, faço questão de deixar registrado a minha arte, pra inspirar meninas que também tem esse sonho de construir uma carreira internacional e que por falta de condições financeiras ou estereótipos acabam deixando de lado este sonho incrível e que com muito trabalho e dedicação pode ser realizado.
Depois de uma década como aluna do projeto Vidançar, Emily virou estagiária e apoia as professoras. Desde o ano passado, vem sendo preparada pela bailarina e coreógrafa Renata Gouveia. “Será uma oportunidade única para ela experimentar o ritmo de treinos da França, nas mais importantes escolas de dança do mundo. Ela está preparada para este desafio e certamente voltará ainda mais estimulada a seguir a carreira como professora de balé clássico”, disse Renata Gouveia.
As bailarinas são crias do Projeto Vidançar, fundado em 2010 no Complexo do Alemão. Atua também em Duque de Caxias, oferece atividades além da dança, como reforço escolar e curso de idiomas, e desde 2013 prepara suas alunas e alunos para seleções como na Escola Bolshoi e Conservatório Brasileiro de Dança, entre outros.