Gírias a bordo mesclam diversidade dos tripulantes; conheça
Você sabe o que significa paisano? Ou babaloo? Parece fácil, mas dentro de um cruzeiro essas palavras não são sinônimos de disfarçado nem marca de chiclete. Graças às gírias específicas dos transatlânticos, elas ganham significados completamente diferentes.
Boa parte das gírias nas embarcações é de conhecimento unicamente dos funcionários. Se ouvidas por um passageiro talvez façam pouco sentido. O brasileiro Diogo da Silva, que trabalha nos navios da Royal Caribbean International há cerca de quatro anos, contou algumas delas e seus significados. Quase todas expressões ou são em inglês (língua oficial a bordo) ou vindas de tripulantes jamaicanos, filipinos e indianos, que são maioria nos cruzeiros. Em português, segundo Silva, ainda não pegou nenhuma gíria. “Em muitos navios há pessoas de nacionalidades diferentes trabalhando”, comenta Diogo, que hoje atua no departamento de excursões.
Algo bastante comum é a expressão “paisano”. “Em navios de cruzeiro, a pessoa da mesma nacionalidade que você é um 'paisano'”, explica. Silva comenta que no navio em que está atualmente, os “paisanos” são muitos, mas para brasileiros nem sempre é assim. “Às vezes quando você encontra um paisano é uma maravilha”, diz.
Uma expressão que pode causar confusão em passageiros quando ouvirem é “babaloo”. Significa que o chefe imediato está fazendo marcação cerrada no funcionário. Expressões da Jamaica são muito comuns nos navios. Uma das mais usadas é “bomboclat”, dita com mais frequência ainda em navios no Caribe. “Bomboclat é uma expressão genérica usada quando algo da errado, ou quando algo dá certo. E sempre em tom (de voz) alto”, explica. Já por parte de filipinos e indianos, que são muitos em cruzeiros, há uma expressão engraçada, o “taka-taka”. “Geralmente filipinos e indianos usam quando o supervisor está falando de mais, dizem que ele é um taka-taka", comenta.
Outra expressão famosa a bordo é “cuco”, que significa maluco. E os momentos em que os tripulantes podem relaxar costumam ser passados no “back deck”. “Nos navios da Royal Caribbean, o 'back deck' virou sinônimo de bar da tripulação. Nos navios grandes, na parte de trás é onde fica o bar da tripulação, por isso é back deck”, finaliza.