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Síndrome de overtraining: excesso de exercícios físicos também prejudica a saúde

Especialistas alertam para os riscos do treino em excesso, que podem levar a alterações hormonais, fadiga crônica e até problemas emocionais

9 set 2025 - 12h46
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A prática regular de exercícios físicos está associada a inúmeros benefícios para a saúde. Porém, quando a rotina ultrapassa a capacidade de recuperação do corpo, surgem riscos importantes - pouco falados, mas comuns até entre atletas amadores. Dois deles merecem atenção: a síndrome de overtraining e a síndrome da deficiência energética relativa no esporte (RED-S). O excesso de treinos pode alterar a produção de hormônios, prejudicar a imunidade e comprometer a saúde física e emocional.

O excesso de exercícios pode causar overtraining e deficiência energética, síndromes que afetam hormônios, imunidade e saúde mental; entenda
O excesso de exercícios pode causar overtraining e deficiência energética, síndromes que afetam hormônios, imunidade e saúde mental; entenda
Foto: Reprodução: Canva/BLACKDAY / Bons Fluidos

O impacto nos hormônios

Em entrevista ao portal O Globo, Ricardo Oliveira, membro da Câmara Técnica de Endocrinologia do Conselho Federal de Medicina, explica como o excesso de treinos pode causar desequilíbrios hormonais. "O cortisol é o principal hormônio do estresse, e o exercício por si só já é uma atividade que gera estresse. Então, ele gera uma hiperestimulação crônica. Nos indivíduos que têm síndrome de overtraining, de 40% a 75% podem ter uma alteração no ritmo circadiano do cortisol, produzindo mais à noite. A longo tempo, atletas de endurance podem ter também uma queda da testosterona. Até exercício demais pode ser veneno", declarou.

Entre mulheres, a RED-S é mais fácil de identificar: a ausência da menstruação pode sinalizar que o corpo não está produzindo estrogênio suficiente para manter funções básicas.

Overtraining e RED-S: o que diferencia cada um

Embora relacionados, os quadros têm origens distintas. O overtraining aparece quando há excesso de treinos sem tempo adequado para recuperação. Já a RED-S surge quando não se supre o gasto energético pela alimentação, resultando em um déficit calórico. Isso acontece quando o paciente não possui energia suficiente para funções básicas do organismo, já que consome inteiramente em exercícios.

Sinais de alerta

Tanto no overtraining quanto na RED-S, o corpo emite sinais claros de que não está acompanhando a intensidade dos treinos. Entre eles:

  • Queda no rendimento esportivo;
  • Alterações no humor e no sono;
  • Diminuição (ou ausência) da menstruação em mulheres;
  • Perda ou dificuldade em ganhar massa muscular.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é clínico, baseado no histórico de treinos, sono, alimentação e sintomas relatados. Exames hormonais e físicos podem ser solicitados para complementar a avaliação. O tratamento envolve reequilibrar a balança: adequar a ingestão calórica e reduzir o volume ou a intensidade dos treinos.

Dietas restritivas, como o jejum intermitente ou regimes sem carboidratos, são especialmente perigosas nesse contexto, já que o corpo precisa de glicogênio muscular para sustentar a prática esportiva.

Ignorar os sinais do corpo pode trazer consequências sérias: aumento de gordura corporal, perda de massa muscular, lesões recorrentes, queda da imunidade e até problemas cardíacos. Além disso, há impacto direto na saúde mental, com maior risco de ansiedade, depressão e desmotivação em relação ao esporte.

Como prevenir

Alguns cuidados básicos podem ser tomados para a prevenção das condições: respeite os dias de descanso no treino; procure orientação profissional para montar uma rotina de exercícios; mantenha uma alimentação equilibrada (rica em carboidratos, proteínas e gorduras boas); tenha boas noites de sono; e observe sempre os sinais do corpo.

Exercícios físicos são aliados valiosos da saúde, mas precisam ser conduzidos com equilíbrio. Treinar demais ou comer "de menos" pode transformar uma prática saudável em um risco silencioso. O segredo está em respeitar os limites do corpo, garantir energia suficiente para a vida diária e lembrar que descanso também faz parte da evolução no esporte.

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