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Jovem tem doença rara que causa bolhas na pele e está sem receber curativos desde outubro

Elena Kessia Fávero sofre para lidar com ausência do material específico para tratar epidermólise bolhosa mesmo após decisão judicial

10 jul 2025 - 04h59
(atualizado em 10/7/2025 às 16h43)
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Jovem com epidermólise bolhosa está desde outubro sem receber curativos mesmo tendo ganhado direito na Justiça
Jovem com epidermólise bolhosa está desde outubro sem receber curativos mesmo tendo ganhado direito na Justiça
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

A estudante Elena Kessia Fávero, de 17 anos, tem uma doença genética rara chamada epidermólise bolhosa. Devido à condição, que causa uma fragilidade na pele e nas mucosas, a jovem lida com a formação constante e dolorosa de bolhas e lesões e, por isso, precisa de um curativo específico e prescrito para o seu tipo de pele.

Pela Justiça, ela conquistou o fornecimento vitalício do material pelo Governo de São Paulo. No entanto, desde outubro do ano passado, Elena não tem recebido os curativos. Ao Terra, a família da jovem explica que o bem-estar dela tem sido comprometido. 

As trocas e os cuidados das ataduras são diários e constantes, gerando um gasto mensal milionário para a família, que possui renda baixa. No momento, para conseguir o material, Elena e os avós, com quem mora desde o nascimento, têm pedido doações, mas nem sempre alcançam o valor necessário para suprir as despesas. 

“Isso é muito cansativo para ela. Ela não pode reutilizar os curativos, tem que descartar imediatamente. Ela vive com a necessidade de pedir doações. O custo é muito alto, são R$ 30 mil só de curativos. São curativos que só são produzidos fora do País. Então, é realmente muito complexa a situação”, explica o advogado de Elena, Yuri Crepaldi.

A avó Marli Perpétua dos Santos Teixeira, de 55 anos, explica que são necessárias várias camadas do insumo e eles precisam ser não aderentes à pele. Caso contrário, grudam nos ferimentos e causam dor e perda de sangue em Elena. 

“A minha neta não se conforma com isso, porque ela vê que precisa fazer o curativo e não tem. Dá a impressão de que a gente não é ninguém. Então, a pessoa já tem uma baixa autoestima devido ao preconceito e acontecem essas coisas. [...] Porque se ajudassem certinho, não tinha tantos machucados. Não tem como machucar com algo que é próprio”, lamenta. 

Em nota ao Terra, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo informou que Elena possui demandas ativas para fornecimento de curativos, medicamentos, suplementos e dietas enterais e fez a retirada de insumos em maio. No entanto, em relação ao processo mencionado pela reportagem, este tramita em segredo de justiça perante a vara da infância e da juventude na cidade de Olímpia.

Devido à condição, que causa uma fragilidade na pele e nas mucosas, a jovem lida com a formação constante e dolorosa de bolhas e lesões e, por isso, precisa de um curativo específico e prescrito para o seu tipo de pele chamado "Mepiflex Transfer"
Devido à condição, que causa uma fragilidade na pele e nas mucosas, a jovem lida com a formação constante e dolorosa de bolhas e lesões e, por isso, precisa de um curativo específico e prescrito para o seu tipo de pele chamado "Mepiflex Transfer"
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Lutando por direito à saúde

Pela especificidade do quadro, Elena precisou entrar em várias ações contra o município de Olímpia, no interior de São Paulo, onde mora, e o Estado para conseguir ter todos os cuidados e tratamentos adequados. Há cerca de oito anos, Crepaldi tem feito a defesa da família. 

“Para que ela tenha acesso aos curativos, medicamentos, suplementos alimentares que ela precisa. Muitas vezes de transporte, pois o acompanhamento que ela faz só tem especialista na capital paulista. Precisa comparecer uma vez por mês e ela não tem condições financeiras ou um carro próprio para fazer isso. Então, entramos com ações para que o município fornecesse ambulância”, descreve o advogado. 

De acordo com Crepaldi, o Brasil não possui uma política especial voltada para pessoas com doenças raras e, por se tratar de casos específicos, são necessários às ações judiciais. No entanto, durante o período em que os processos são julgados, os pacientes sofrem.

“Eles tratam pessoas com doenças raras da mesma forma que pessoas com doenças comuns. A pessoa tem que entrar na justiça, provar uma série de requisitos para, só então, ter acesso aos medicamentos. Não basta a pessoa provar que tem doença rara, por incrível que pareça. Acho que isso é uma grande lacuna na legislação. [...] Não consigo compreender porque tamanha burocracia, tanto na via administrativa como na judicial”, diz. 

A avó Marli Perpétua dos Santos Teixeira, de 55 anos, explica que são necessárias várias camadas do insumo e eles precisam ser não aderentes à pele. Caso não, grudam nos ferimentos e causam dor e perda de sangue em Elena.
A avó Marli Perpétua dos Santos Teixeira, de 55 anos, explica que são necessárias várias camadas do insumo e eles precisam ser não aderentes à pele. Caso não, grudam nos ferimentos e causam dor e perda de sangue em Elena.
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

“A pessoa tem que provar que aquele curativo, aquele medicamento é necessário para ela e não pode ser substituído por outro, porque muitas vezes eles tentam empurrar um genérico. Por exemplo, esse curativo que a Elena usa é muito específico. Houve uma época em que tentaram dar um curativo mais simples para ela. Não deu certo, ela pegou uma infecção”, lamentou Crepaldi. 

Elena diz que não é fácil conviver com a doença, mas que cada cicatriz é uma história de resistência. No entanto, a adolescente detalha que lida com preconceito constantemente e já ouviu perguntas cruéis por ser diferente. “Ela se acostumou um pouco com a dor, mas dói ainda, além do preconceito. Teve um tempo que ela não queria sair da cama”, diz Marli. 

Como ajudar Elena

A família afirmou estar aceitando doações para ajudar nos custos do tratamento, curativos e medicamentos de Elena. Para ajudar, os interessados podem enviar qualquer valor através de uma das seguintes formas: 

  • PIX: 121.552.488-90 no nome de Marlí Perpétua dos Santos Teixeira; e
  • Vaquinha Online.  
Fonte: Redação Terra
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