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Estudo indica que meditação é capaz de aliviar a dor

De acordo com Fadel Zeidan, professor de anestesiologia e pesquisa no Instituto Sanford de Empatia e Compaixão da UC San Diego, à CNN, essa técnica consegue trazer mudanças ao separar a sensação de autoconsciência e liberar o julgamento avaliativo

11 set 2024 - 22h29
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Um novo estudo, publicado na revista científica Biological Psychiatry no final de agosto de 2024, revelou que a meditação mindfulness pode aliviar a dor por meio de mecanismos cerebrais específicos que diferem daqueles associados ao efeito placebo. A descoberta desafia a noção estabelecida de que os benefícios dessa técnica para o alívio da dor estão relacionados ao efeito placebo no cérebro.

Meditação
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Foto: depositphotos.com / microgen / Perfil Brasil

Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia San Diego, nos Estados Unidos, utilizaram técnicas avançadas de imagem cerebral para comparar os efeitos da meditação mindfulness guiada, de um creme placebo e de uma meditação mindfulness simulada em participantes saudáveis. A pesquisa mostrou que a técnica reduz significativamente a intensidade e o desconforto causados pela dor, alterando os padrões de atividade cerebral associados ao sintoma e às emoções negativas.

Como a meditação mindfulness atua na redução da dor?

De acordo com Fadel Zeidan, professor de anestesiologia e pesquisa no Instituto Sanford de Empatia e Compaixão da UC San Diego, à CNN, a meditação mindfulness consegue modificar a experiência da dor ao separar a sensação de autoconsciência e liberar o julgamento avaliativo. Zeidan enfatiza que essa prática é uma forma livre de medicamentos e pode ser realizada em qualquer lugar.

O efeito placebo é conhecido cientificamente como um mecanismo pelo qual o cérebro tenta aliviar um sintoma, mesmo na ausência de tratamentos específicos. Em ensaios clínicos, o efeito placebo é comum nos grupos de controle, onde os participantes não recebem a substância em teste, mas ainda assim podem relatar benefícios.

A meditação mindfulness é uma técnica milenar usada há muitos anos para controle da dor em diversas culturas. No entanto, por muito tempo, foi erroneamente considerada como um mero "efeito placebo". Este estudo atual revela que os mecanismos de ação da meditação são muito diferentes e, em muitos casos, mais eficazes que os do placebo.

Resultados do estudo

O estudo incluiu 115 participantes divididos aleatoriamente em quatro grupos: meditação mindfulness guiada, meditação simulada com respiração profunda, um creme placebo (vaselina) e um grupo controle que ouviu um audiolivro. A seguir, foi aplicado um estímulo térmico doloroso, mas inofensivo, na parte de trás da perna dos participantes, e os cérebros deles foram escaneados antes e depois das intervenções.

Os pesquisadores utilizaram análises multivariadas de padrões (MVPA) para compreender os mecanismos cerebrais subjacentes à experiência da dor. Descobriram que a meditação mindfulness reduziu a conexão entre áreas cerebrais envolvidas na introspecção, autoconsciência e regulação emocional. Esse padrão de atividade cerebral é conhecido como sinal neural da dor (NPS).

A meditação mindfulness foi significativamente mais eficaz que o creme placebo e a meditação simulada na redução da dor. Ainda, o creme placebo e a meditação simulada não mostraram mudanças significativas na área do cérebro associada ao NPS.

Zeidan e seus colegas acreditam que, com mais estudos, será possível desenvolver intervenções mais eficazes e acessíveis utilizando os benefícios do mindfulness para aliviar a dor em pessoas com diferentes condições de saúde.

Perfil Brasil
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