PUBLICIDADE

Dores musculoesqueléticas atingem 90% da população

23 fev 2010 - 12h14
(atualizado às 18h08)
Compartilhar

Dores musculoesqueléticas, como lombalgia, tendinite, tendinose e fraturas por estresse, afetam cerca de 90% da população e levam a 30% das faltas no trabalho, de acordo com o Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, de São Paulo. Apesar dos números significativos, boa parte das pessoas não sabe como essas dores se manifestam, o que as ocasionam, formas de tratamento e prevenção. O Centro realiza até dezembro campanha sobre o problema (leia reportagem no link abaixo). Para esclarecer dúvidas a respeito desse tipo de dor, o

Terra

conversou com o neurocirurgião Cláudio Fernandes Corrêa, coordenador do Centro, que respondeu a nove perguntas. Confira:

»Dor é tema de campanha em São Paulo

» Siga o Terra no Twitter
» vc repórter: mande fotos
e notícias

» Chat: tecle sobre o assunto

Terra - O que exatamente são dores musculoesqueléticas?

Cláudio Fernandes Corrêa - São dores originadas por distúrbios musculoesqueléticos e se apresentam de forma crônica ou aguda em ossos, articulações, músculos ou estruturas circunjacentes (que estão próximas).

Quais são os sintomas mais comuns?

Locais de dor ou dor disseminada e persistente, irritação neural periférica, fraqueza, movimento limitado e rigidez. Os sintomas são progressivos, com maior lesão de tecidos e inflamação, além do aumento dos pontos sensíveis. A dor é exacerbada pelo estresse pessoal ou relacionada ao trabalho.

O que ocasiona as dores?

Sua origem geralmente é decorrente de uma predisposição genética, por consequência do esforço repetitivo e de desordens relacionadas ao trabalho, que acabam por lesionar essas estruturas de movimento.

Como saber se a pessoa tem dor musculoesquelética?

Ao notar os sintomas citados, consulte um especialista para a confirmação do diagnóstico.

Se não tratar, quais são as consequências?

De modo geral, o problema afeta a qualidade de vida por comprometer a amplitude de movimentos e gerar dor. Em casos crônicos, pode levar à aposentadoria por invalidez.

Como é feito o diagnóstico?

O exame físico é sempre um fator significativo na determinação do diagnóstico clínico. Os métodos de imagem convencionais colaboram com a confirmação. Algumas alterações estão relacionadas com os seguintes detalhes, que devem fazer parte do levantamento diagnóstico: idade (doença de Paget, mieloma), fraturas, doença oncológica (metástases), infecção ou o uso de esteroides (osteoporose, osteonecrose).

Quais são as opções de tratamento?

A dor musculoesquelética aguda requer tratamento que abranja repouso, imobilização inicial, aplicação de frio e, depois, exercícios. Anti-inflamatórios não-hormonais nem sempre são mais efetivos que o paracetamol ou placebo. Injeções de esteroides podem colaborar por algumas semanas, mas não são mais eficazes do que uma injeção isolada de anestésico local ou outros tratamentos. Para as dores agudas do pescoço, a melhor evidência consiste em tranquilizar o paciente e apoiá-lo a continuar com suas atividades normais e a fazer exercícios para manter o pescoço móvel. Nas lombalgias agudas, também se orienta que o paciente se mantenha ativo, evitando terapias passivas.

O tratamento da dor musculoesquelética crônica tem diversas alternativas e os fatores psicológicos e sociais devem ser incluídos junto com as variáveis biológicas na compreensão da doença. Dessa forma, considera-se que o tratamento psicológico necessita ser executado simultaneamente a outros componentes terapêuticos, tais como terapia física e conduta medicamentosa. No campo físico, embora o repouso seja necessário em raros momentos, o contrário faz-se necessário para que seja possível a melhora funcional das atividades. Esgotadas todas as opções de tratamento de reabilitação por métodos convencionais e não-invasivos, pode-se indicar procedimentos cirúrgicos.

Qual é a porcentagem de cura?

A resposta é individual. Não é possível estabelecer uma porcentagem. Também varia de doença para doença.

Como prevenir o surgimento das dores?

Movimentar-se por meio de atividades prazerosas, que foquem, especialmente, a correção da postura, o alongamento e o fortalecimento dos músculos. Mas há de se considerar a predisposição genética. Se necessário, pense na mudança de atividade de trabalho, para que não haja desencadeamento de lesões.

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade