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Crianças correspondem a um terço dos casos de cólera no Iêmen, diz Unicef

16 mai 2017 - 12h52
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Genebra, 16 mai (EFE). - O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) informou nesta terça-feira que as crianças respondem por um terço dos casos de cólera registrados no Iêmen, onde mais de 180 pessoas morreram nas últimas três semanas, conforme dados do Ministério da Saúde do governo rebelde em Sana.

Em coletiva de imprensa, o porta-voz do Unicef Christophe Boulierac indicou que foram registrados mais de 11 mil casos de diarreia aguda no país desde 27 de abril, sendo que mais de 250 são casos confirmados de cólera.

"O Iêmen está vendo de novo o surgimento de uma crise de saúde pública", afirmou.

De acordo os dados da agência das Nações Unidas, 25% dos casos foram observados em Sana e um terço em meninos e meninas.

"O Iêmen é um país muito arriscado para as crianças, que vivem em um contexto de extrema vulnerabilidade", indicou.

Ele acrescentou que a cólera está se expandindo em um país onde os serviços sociais básicos estão colapsando, como resultado de mais de dois anos de conflito, o que inclui o sistema médico e o abastecimento de água, bem como a gestão do lixo. A isto se soma a crise econômica e a deterioração das condições de vida das famílias.

"Todo isto é fator que contribui para a rápida propagação da cólera", sustentou ele, lembrando que para além desta doença há 2,2 milhões de menores de idade desnutridos no Iêmen, dos quais 460 mil sofrem de desnutrição aguda severa.

A desnutrição aguda severa foi 200% maior em 2016 do que em 2014, quando afetou a 160 mil crianças, de acordo com o Unicef. Além disso, uma de cada duas crianças com menos de cinco anos no Iêmen não se desenvolvem física e mentalmente conforme a idade. Os hospitais e centros de tratamento, por sua vez, têm dificuldades para atender um grande número de pacientes e os médicos e enfermeiras frequentemente têm os salários atrasados.

De acordo com o porta-voz, também existe escassez de medicamentos.

EFE   
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