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Brasileiro cria técnica que aumenta espessura do pênis e a apresenta em evento mundial; saiba como é

Procedimento usa tecidos do próprio corpo para resultado definitivo e tem indicação médica, não estética; Sociedade Brasileira de Urologia reconhece técnica como 'inovação promissora'

29 abr 2025 - 14h44
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Uma nova técnica para o aumento da espessura do pênis foi apresentada neste domingo, 27, durante o Encontro Anual da Associação Americana de Urologia, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Desenvolvida pelo urologista brasileiro Ubirajara Barroso Jr., o procedimento, batizado de 'Dart-Vag', utiliza tecidos do corpo do próprio paciente para promover um resultado definitivo.

Barroso Jr., que também tem experiência em cirurgias de redesignação sexual — cujo objetivo é alinhar as características genitais à identidade de gênero —, é professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Ele explica que o novo procedimento envolve uma combinação entre a pele do escroto e a túnica vaginal — uma membrana que recobre os testículos e, apesar do nome, não tem relação com o órgão feminino.

O grande diferencial em relação a outros procedimentos populares, como as injeções de ácido hialurônico — que, aliás, ainda não têm autorização do Conselho Federal de Medicina (CFM) —, está na validade. Enquanto o ácido hialurônico costuma durar cerca de dois anos, o Dart-Vag oferece um resultado permanente.

Quem pode realizar o procedimento?

O Dart-Vag foi desenvolvido para atender casos bem específicos. "A gente faz esse procedimento quando há uma indicação clara", destaca o cirurgião.

De forma geral, ele é indicado para pessoas que apresentam afinamento ou diminuição do pênis — situações que são mais comuns do que se imagina. "Com o envelhecimento ou após cirurgias como a de próstata, o pênis pode começar a encolher. Isso acontece porque o preenchimento dos corpos cavernosos com sangue diminui", detalha Barroso Jr. Ele lembra ainda que a disfunção erétil não impacta apenas a função sexual: o quadro está ligado ao afinamento e à perda de volume do órgão.

O Dart-Vag também pode ser recomendado a quem convive com a doença de Peyronie — uma calcificação do tecido que recobre o pênis. Essa condição faz com que o órgão entorte, perca elasticidade e acabe ficando mais fino e menor. Há ainda os casos de pênis embutido, uma condição congênita em que o órgão, apesar de ter um tamanho normal internamente, parece pequeno externamente, como se estivesse "escondido" no corpo.

Além disso, pacientes com micropênis — caracterizado por um pênis muito menor e mais fino do que a média — também podem se beneficiar da técnica.

É importante destacar que a técnica não aumenta o comprimento do pênis, mas sim a sua espessura. Em casos de pênis embutido, o procedimento pode incluir a liberação do órgão antes do enxerto, o que o posiciona mais externamente e pode dar a impressão de aumento no comprimento. Segundo Barroso Jr., o ganho em circunferência pode chegar a 2 ou 3 centímetros, dependendo da anatomia de cada paciente — e esse aumento é preservado tanto no estado flácido quanto no ereto.

E para quem o procedimento não é indicado?

Homens que têm o pênis dentro dos padrões de normalidade e que não apresentam nenhum dos problemas citados acima não devem se submeter ao procedimento. Mesmo assim, muitos procuram o tratamento movidos por padrões irreais de beleza. "Hoje, mais do que nunca, temos uma visão muito distorcida do que seria um 'tamanho ideal', muito por conta da pornografia", observa o especialista.

Ele explica que a preocupação estética está presente em qualquer cirurgia reconstrutora — mas, aqui, ela é consequência do tratamento, e não o objetivo principal. "Se a gente vai fazer uma cirurgia de fimose, por exemplo, nós não damos o ponto de qualquer jeito. Escolhemos o fio certo, a técnica adequada. Então, sim, a estética faz parte", diz. "O que não faz sentido é submeter um paciente a uma cirurgia invasiva como essa apenas por um 'capricho'."

Outro grupo para quem a técnica não é indicada é o de pacientes com transtorno dismórfico corporal — uma condição em que a pessoa tem uma percepção distorcida do próprio corpo e sofre grande ansiedade em relação à aparência, como o tamanho do pênis. "Nesses casos, o caminho é o tratamento de saúde mental, e não uma cirurgia", reforça Barroso Jr.

Há riscos? Quais os impactos na performance sexual?

Barroso Jr. explica que o Dart-Vag não é projetado para melhorar a performance sexual diretamente. No entanto, no estudo apresentado no congresso — que envolveu dez pacientes com pênis embutido —, todos relataram melhora no desempenho sexual após o procedimento. "É um ganho muito mais psicológico do que físico: melhora a autoestima, diminui a ansiedade, e isso reflete na vida sexual."

Sobre os riscos, o médico ressalta que, como toda cirurgia, o procedimento não está totalmente livre de complicações. "Os riscos principais são os mesmos de qualquer cirurgia reconstrutora: formação de pequenos hematomas, infecções ou abertura de pontos. Nada grave, e sem risco de disfunção erétil ou perda de sensibilidade", afirma o médico. Até agora, mais de 30 pacientes foram operados pelo especialista e sua equipe.

Ainda faltam estudos que acompanhem pacientes a longo prazo — com análises após 10 ou 15 anos, por exemplo —, mas Barroso Jr. explica que, até o momento, não foram observados riscos no futuro. "É uma técnica que fomos desenvolvendo e refinando ao longo dos anos. Existem cuidados importantes no pós-operatório para garantir uma boa cicatrização e integração do tecido, mas, uma vez consolidado o enxerto, o organismo passa a tratar essa estrutura como parte natural do corpo."

O especialista também lembra que o procedimento é realizado de acordo com as normas do Conselho Federal de Medicina (CFM). Inclusive, o desenvolvimento da técnica começou dentro de um projeto de pesquisa — foi tema de uma tese de doutorado — e, depois da validação dos protocolos, já está disponível para ser colocado em prática.

Atualmente, Barroso Jr. coordena um programa de formação de dois anos na UFBA para preparar médicos interessados em aprender a técnica. "Existe uma curva de aprendizado, como em qualquer cirurgia. Mas, mais do que técnica, é preciso ter em mente que o propósito do procedimento não é meramente estético. Essa consciência precisa guiar a prática clínica", reforça.

Inovação promissora

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) reconhece a técnica Dart-Vag como "uma inovação promissora no campo da medicina regenerativa". No entanto, também faz questão de ressaltar que seu uso com fins estéticos, fora de protocolos de pesquisa, não é recomendado.

"O uso clínico pode ser considerado em situações específicas, como complemento em algumas cirurgias para tratamento da doença de Peyronie ou em casos de pênis embutido com comprometimento funcional — desde que de forma restrita, criteriosa e não rotineira", orienta a entidade.

A SBU acrescenta que, apesar da falta de dados de longo prazo ser uma limitação, isso não impede que a técnica continue sendo estudada e aprimorada.

Estadão
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