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Como lidar com estresse e ansiedade após o fim do home office

Depois de um longo tempo atuando de casa, trabalhadores retornam ao trabalho presencial

13 abr 2022 - 05h00
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A pandemia levou muitos brasileiros a viverem uma realidade que até então não era comum para boa parte deles no mercado nacional: o trabalho remoto. Com implementação acelerada por questões de saúde, a modalidade passou a ser vista como um benefício e foi abraçada por empresas e profissionais que entenderam o home office como oferta para atração, retenção de talentos e vantagem competitiva. 

Com o avanço da campanha de vacinação, e depois de meses atuando exclusivamente de casa, uma parcela significativa iniciou um processo de retomada da antiga rotina, mesmo que na versão flexibilizada em razão do modelo híbrido. Tal movimento pode trazer um misto de emoções para alguns: a felicidade por aos poucos tentar voltar ao normal, a insegurança por saber que cuidados ainda devem ser tomados ou o desejo de permanecer em exercício totalmente remoto. 

Fim do home office total impõe nova realidade aos trabalhadores
Fim do home office total impõe nova realidade aos trabalhadores
Foto: Nenetus / Adobe Stock

“Ela [a volta à rotina] pode impactar tanto positiva quanto negativamente”, afirma Adriane Camilo, mestre em psicologia Clínica pela PUC/SP. “Nós não fomos feitos para sermos seres isolados, algo que aconteceu na pandemia, quando todo mundo se isolou e mal via a família. Também não podíamos ir ao ambiente de trabalho, e tudo isso faz com que você não tenha essa convivência social que é muito importante. A retomada [presencial] pode ajudar muitas pessoas, até mesmo em casos de depressão e ansiedade que aconteceram nessa pandemia”, completa. 

Como uma balança, também há o outro lado: “nós temos um cérebro que adora uma zona de conforto e isso é muito falado pela neurociência. No começo da pandemia foi muito difícil a gente se organizar dentro de casa, mas depois que conseguimos, também é difícil sair dessa nova zona de conforto que criamos. Nosso cérebro vai gastar uma energia maior para se adaptar novamente à realidade de sair. E fora isso, ainda temos a questão do vírus, ainda existe o medo. Sair de casa, e ainda com o medo junto, isso faz com que muitas pessoas se sintam com uma ansiedade mais alta. Desacostumou a ter aquela rotina”, indica a psicóloga. 

Um dos símbolos de que a cidade voltou a pulsar é o aumento do trânsito, e não há dúvidas de que a mobilidade limitada nos grandes municípios é um dos pontos mais frustrantes e estressantes para a população, principalmente ao lembrar que, praticamente nos últimos dois anos, tal situação não passou nem perto de fazer parte do cotidiano. Por isso, segundo Adriane, a readaptação deve acontecer de modo gradativo, passo a passo. 

“Ela tem que acontecer, e que bom que as empresas têm feito isso de uma forma gradual. Nossa ida para casa foi repentina, mas o retorno não precisa ser tão repentino. Muitas empresas têm feito duas ou três vezes por semana, o que é melhor para as pessoas se adaptarem”. A psicóloga também reforça cerne da questão: estabelecer uma nova rotina, se organizar nela e ter horário de descanso.  

Para quem dirige ou utiliza o transporte público, chegar ao trabalho pode resultar em um pico de estresse e ansiedade, com horário a cumprir, dificuldade de locomoção pela presença de mais carros na rua, mais gente transitando. O passo importante é não se descuidar e continuar seguindo as orientações de saúde emitidas pelos órgãos competentes, além de ficar de olho no esgotamento mental, afinal, bem-estar tem conexão com uma série de elementos.  

Nessa jornada de readequação, pode fazer muita diferença adotar práticas para enfrentar o esgotamento físico e mental, seja por conta do deslocamento ao trabalho ou o dia a dia agitado. 

“Muitas pessoas não conseguem entender o grande esforço que nosso cérebro está fazendo [para se readaptar] e se culpa, se julga, se pune, e isso é muito prejudicial. Se você não conseguir ter o horário do descanso, horário do lazer, isso faz com que você sobrecarregue seu cérebro”, pontua Adriane Camilo. 

Exercícios físicos, alimentação equilibrada... indico muito a meditação, pois ela age em uma parte do cérebro que ajuda a regular emoção, olhar pensamentos”, reforça a psicóloga que ainda traz elementos do mindfulness, técnica que visa potencializar a concentração no presente: “Na hora em que estiver no carro, preste atenção no trânsito, preste atenção no que você estiver fazendo naquele momento. A hora em que estiver lendo um livro, só leia o livro, a hora em que estiver respondendo um e-mail, só responda o e-mail. Hoje em dia, a gente tem a tendência de fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo e isso faz uma pressão grande no cérebro, e casos de ansiedade aumentam. A gente tem que aprender a lidar com o estresse”, finaliza. 

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