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Neurociência revela: seu cérebro odeia seus treinamentos

14 mar 2025 - 06h09
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Resumo
A neurociência está transformando treinamentos corporativos com métodos que respeitam o funcionamento do cérebro, como microlearning e gamificação, melhorando a retenção e o desempenho dos colaboradores.
Foto: Freepik

Imagine descobrir o manual de instruções do cérebro humano. Fascinante, não? É exatamente isso que a neurociência tem proporcionado ao mundo nos últimos anos. Longe de ser apenas uma tendência passageira, a aplicação desses conhecimentos está transformando a maneira como empresas desenvolvem seus talentos.

O cérebro aprende, mas não do jeito que você imagina

Durante décadas, treinamentos corporativos seguiram um modelo quase industrial: longas palestras, montanhas de informação e avaliações padronizadas. Mas o cérebro? Ele tem suas próprias regras.

A neurociência revela que aprendemos muito melhor em sessões curtas e frequentes. Nossos neurônios precisam de tempo para consolidar conexões. Aquele treinamento de oito horas seguidas? O cérebro simplesmente desiste na hora do almoço.

No Brasil, empresas como Decathlon e Drogaria Globo estão inovando na capacitação de seus times com estratégias de microlearning e gamificação. A Decathlon, por exemplo, treinou mais de 1.500 colaboradores, com performance média de 95% nos cursos — reflexo de um aprendizado mais leve, interativo e adaptado ao dia a dia das equipes.

Quando as emoções entram em cena

"A razão sem emoção é impotente". Esta frase do neurocientista António Damásio em seu livro "O Erro de Descartes" revolucionou nossa compreensão sobre como tomamos decisões e aprendemos.

Nosso cérebro registra experiências emocionais em uma via expressa de processamento. Um treinamento que desperta curiosidade, surpresa ou até mesmo uma risada bem colocada ativa o sistema límbico, criando marcadores emocionais que facilitam a recuperação posterior daquela informação.

Uma experiência de aprendizado sem emoção é como tentar memorizar números de telefone aleatórios — possível, mas extraordinariamente ineficiente.

Gamificação: o cérebro adora jogar

Por que ficamos tão absorvidos com os jogos? A neurociência tem a resposta: o cérebro libera dopamina — neurotransmissor relacionado ao prazer e recompensa — quando superamos desafios e recebemos reconhecimento.

Uma pesquisa publicada pela Universidade do Colorado em Denver revelou que a gamificação pode aumentar a retenção de informações em até 9 vezes quando comparada a outras técnicas.

Dicas práticas para aplicar hoje

• Incorpore desafios cognitivos: O cérebro adora problemas moderadamente difíceis. Muito fáceis entediam, muito difíceis desmotivam.

• Valorize o descanso: Pausas estruturadas melhoram significativamente a retenção.

• Estimule múltiplos sentidos: Quanto mais vias sensoriais envolvidas no aprendizado, maior a chance de retenção.

• Gamifique com propósito: Alinhe os elementos de jogo com objetivos de aprendizagem concretos.

Implementar conhecimentos neurocientíficos não requer orçamentos astronômicos, apenas uma nova perspectiva.

No fim das contas, a neurociência nos lembra algo fundamental: antes de sermos profissionais, somos humanos — com cérebros maravilhosamente complexos, ávidos por conhecimento, mas em seus próprios termos.

(*) Danilo Parise é CEO e cofundador da Ludos Pro, plataforma de gestão de aprendizagem gamificada.

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