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Perda de dentes em idosos piora a saúde e aumenta risco de morte; veja como prevenir

Pesquisa com mais de 8.000 idosos mostra que danos dentais precoces impactam o emocional, além de refletirem pior nutrição e maior risco de mortalidade

23 dez 2025 - 12h39
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Por muito tempo, perder dentes com o passar dos anos foi visto como algo inevitável. Mas um estudo recém-publicado no periódico BMC Geriatrics mostra que essa crença está ultrapassada, pois os danos dentais podem, sim, ser prejudicial à saúde. Ao longo de quase quatro anos, os pesquisadores acompanharam mais de 8 mil pessoas idosas e, assim, descobriram que aquelas que perderam dentes rapidamente apresentavam maior risco de morte por todas as causas.

Pesquisa com mais de 8.000 idosos mostra que perder dentes rapidamente reflete fragilidade, pior nutrição e maior risco de mortalidade
Pesquisa com mais de 8.000 idosos mostra que perder dentes rapidamente reflete fragilidade, pior nutrição e maior risco de mortalidade
Foto: Canva Equipes/Jordi Calvera de Imágenes / Bons Fluidos

Durante esse período, foram registradas 5.176 mortes (64,1%). No geral, o risco de mortalidade aumentou significativamente conforme a progressão da perda dentária se tornava mais rápida, mesmo após o ajuste de fatores como doenças crônicas e condições socioeconômicas.

Riscos ao emocional e ao físico

A pesquisa mostra que a perda dos dentes pode ter profundos impactos psicológicos, prejudicando a saúde mental e aumentando o risco de morte. "A perda dentária vai muito além da estética. Ela compromete a mastigação e, consequentemente, a digestão e a absorção de nutrientes", observa a cirurgiã-dentista Letícia Bezinelli, coordenadora da graduação em Odontologia da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein. "Quando o idoso não consegue mastigar bem, tende a evitar alimentos fibrosos, frutas e carnes, o que pode levar a desnutrição, perda muscular e piora da imunidade."

Os prejuízos à saúde não param aí. Isso porque a perda acelerada dessas estruturas costuma gerar problemas graves na cavidade oral. Doenças bucais, como a periodontite, provocam inflamação sistêmica e crônica, que pode agravar quadros preexistentes de diabetes e doenças cardiovasculares.

"A inflamação bucal libera mediadores inflamatórios que aumentam o risco de aterosclerose, descompensação glicêmica e declínio funcional", alerta a cirurgiã-dentista Fernanda de Paula Eduardo, coordenadora da pós-graduação em Odontogeriatria do Einstein. "Além disso, a perda dentária é um marcador de fragilidade e de pior estado nutricional, dois preditores independentes de mortalidade em idosos." Segundo ela, quando o corpo perde a capacidade de regenerar e manter tecidos periodontais, pode ser indício de um envelhecimento biológico acelerado.

Como proteger os dentes?

Apesar de ainda ser comum ver idosos com ausência de dentes, é possível ter um envelhecimento bucal saudável, por meio de ações simples de prevenção. A especialista cita, por exemplo, atitudes como escovar os dentes e não fumar (nem o cigarro convencional nem o eletrônico). Ademais, visitas regulares ao dentista ajudam a proteger a região. "Com higiene adequada, controle de placa bacteriana, dieta equilibrada, especialmente com redução do açúcar, e acompanhamento profissional, é possível manter todos ou quase todos os dentes ao longo da vida", assegura Fernanda Eduardo.

Um dos grandes desafios, porém, é mudar a percepção cultural de que perder dentes é algo natural da velhice. "Durante décadas, a odontologia foi associada apenas ao alívio da dor, e depois muito voltada à estética. Muitos idosos cresceram sem acesso a atendimento preventivo e acreditam que a perda dentária é parte natural do envelhecimento", observa Bezinelli. "Hoje sabemos que isso é um mito: dentes podem e devem durar toda a vida."

As profissionais defendem que a saúde bucal deve fazer parte das políticas públicas com foco no envelhecimento saudável. Isso inclui a presença de dentistas nas equipes de atenção primária, capacitação de cuidadores, programas de triagem em instituições de longa permanência e campanhas educativas. "Integrar a odontologia às políticas de envelhecimento saudável não é apenas uma questão estética, é uma estratégia de saúde pública e longevidade", conclui a odontogeriatra.

*Texto escrito por Fernanda Bassette, da Agência Einstein 

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