Menos remédios e menos tempo de atendimento para pessoas negras: Brasil ganha prêmio em Cannes com livro que expõe racismo médico como doença
O intervalo entre o diagnóstico e a cirurgia chega a ser, em média, 6,7 dias maior para pacientes negros
Nesta terça-feira (17), o Brasil conquistou o maior prêmio da categoria Industry Craft no Festival de Cannes Lions 2025 com um projeto que expõe um problema antigo no sistema de saúde do país: o racismo médico.
O livro "Nigrum Corpus" ("Corpo Preto"), criado pela agência Artplan, mostra como pessoas negras ainda são tratadas de forma desigual quando procuram atendimento médico. Com base na obra, pessoas negras são atendidas por menos tempo, esperam mais por procedimentos importantes e recebem menos medicamentos para dor do que pessoas brancas.
Um dos dados mais alarmantes revela que o intervalo entre o diagnóstico e a cirurgia chega a ser, em média, 6,7 dias maior para pacientes pretos.
Essas desigualdades foram reunidas no projeto Mediversidade, iniciativa do Instituto de Educação Médica (Idomed) com o Instituto Yduqs para combater o racismo estrutural na saúde.
Leia também: 5 situações em que o racismo está presente e muita gente não percebe
Como o racismo cometido por um médico pode afetar o paciente?
Para além dos possíveis danos físicos devido à negligência no atendimento, o racismo cometido por médicos pode afetar significativamente a saúde emocional e mental do paciente.
Em entrevista anterior ao MinhaVida, o psicólogo Gustavo Ribeiro frisou que casos como esse podem desencadear traumas antigos e criar novos.
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