Empreendedorismo feminino ganha força no mercado internacional
Dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) apontam que a taxa global de mulheres iniciando negócios mais que dobrou em duas décadas
Com histórias de recomeço e expansão, duas brasileiras se destacam em Dubai e refletem o avanço global das mulheres nos negócios
Dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) apontam que a taxa global de mulheres iniciando negócios mais que dobrou em duas décadas, foi de 6,1% no início dos anos 2000 para 10,4% entre 2021 e 2023. Além disso, a porcentagem de empreendedoras proprietárias de negócios estabelecidos passou de 4,2% para 5,9% no mesmo período. No Oriente Médio, o impulso é ainda mais forte, na região EEMEA (Europa Oriental, Oriente Médio e África), 78% das mulheres afirmam que desejam abrir ou administrar seus próprios negócios, com 89% das jovens da Geração Z demonstrando forte interesse.
Esse cenário global cria oportunidades em mercados internacionais como o de Dubai, onde o setor de luxo segue crescendo em dois dígitos e a presença de mulheres em cargos de liderança aumentou 30% nos últimos cinco anos, segundo o Dubai Business Women Council.
Gabriella e Moza se conheceram em Lisboa após deixarem o Brasil, ambas em busca de recomeços. Gabriella, fundadora da Vivere Press, liderou sua empresa de comunicação rumo a uma operação global. Moza, vinda do interior do Ceará, era referência em autoestima feminina com seu salão Moza Estética; após mudar-se para Portugal para acompanhar a filha, diversificou a carreira com moda e consultoria de investimentos.
Agora, unidas em Dubai, elas expandem a atuação da Vivere Press e constroem juntas uma rede inspiradora para outras mulheres empreendedoras.
"Dubai cria pontes para mulheres", dizem as protagonistas
Para Gabriella, "Dubai respira inovação, mas também celebra a diversidade e a força feminina." Ela ressalta que empoderamento é "abrir portas, dar as mãos e inspirar outras mulheres a acreditarem no próprio potencial".
Sob sua liderança, a Vivere Press vai além de comunicação tradicional, transforma-se num hub que valoriza vulnerabilidades e exemplos reais como força para liderar.
Moza acrescenta que seu trabalho como advisor ajuda outras a "recomeçarem, como eu recomecei", sem medo de errar ou se reinventar. Seu foco é guiar mulheres a ressignificarem carreira, negócios e sonhos em um cenário internacional dinâmico.
Empreendedorismo feminino mostra tendência
A expansão da atuação dessas brasileiras reflete uma tendência global de mulheres investindo em negócios com propósito. Segundo levantamento da GITNUX, empreendedoras representam cerca de 40% da força global de empreendedores, contribuem com 4% ao PIB mundial e têm 3 vezes mais probabilidade de reinvestir nas comunidades onde atuam.
Entretanto, ainda há desafios. O acesso a capital é citado como principal barreira por 78% das mulheres entrevistadas em países de renda média e baixa, e apenas 47% das financiadoras (angel investors) são mulheres, embora elas já representem 47% desses investidores, uma evolução significativa.
Gabriella resume: "Queremos mais mulheres em espaços globais, liderando projetos, transformando o mundo." Moza enfatiza: "Nosso compromisso é inspirar uma geração inteira a sonhar e realizar", finaliza.