Veja cuidados de higiene para proteger a saúde das crianças
Um familiar doente pode ser o suficiente para virar pelo avesso a rotina de uma casa com bebê. No caso dos pequenos, a dependência dos pais e cuidadores em maior ou menor grau exige que os adultos estejam atentos aos cuidados de higiene corporal e do ambiente para evitar novos problemas de saúde.
O professor de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF) Adauto Dutra Moraes Barbosa destaca que, por manter contato íntimo com o bebê desde a gestação, a mãe deve permanecer atenta à sua higiene pessoal, em especial à da região dos seios: sendo um procedimento importante para a manutenção da saúde da criança, a amamentação não pode ser prejudicada pelo surgimento de complicações provocadas pela falta de cuidados. Os recém-nascidos também precisam tomar banho diariamente com água aquecida à temperatura corporal. "Quando ainda não houve queda do coto umbilical, a região deverá ser protegida de modo que não seja molhada, pois, nesse caso, o processo demorará um pouco mais e poderá facilitar o aparecimento de infecção local", explica o médico. A aplicação de curativos e faixas que pressionem o abdome também devem ser evitados para que a cicatrização do umbigo ocorra naturalmente.
Garantir a higiene genital e anal adequada, trocando as fraldas sempre após cada evacuação, é uma medida que reduz em muito o aparecimento de problemas como infecções urinárias nos bebês, principalmente em meninas. "É preciso lembrar que, além de realizar a limpeza no sentido da vagina para o ânus, é necessário lavar toda a região com água corrente e não usar somente um lenço umedecido", diz Barbosa. Para prevenir a ocorrência de doenças a longo prazo ou detectá-las ainda nos primeiros sintomas, o mais recomendado é que os pais façam visitas mensais ao consultório do pediatra e mantenham a carteirinha de vacinação em dia - esse cuidado pode fazer toda a diferença quando o pequeno entrar em idade pré-escolar, na qual o convívio com outras crianças pode deixá-lo exposto a infecções de vias áereas e doenças contagiosas, como gripes e catapora.
De olho em fontes de contaminação
Tão logo o bebê consiga se equilibrar melhor e seja capaz de sentar, engatinhar e caminhar, surge o hábito de levar à boca tudo o que estiver ao seu alcance, o que pode facilitar a ocorrência de infecções como a candidíase oral (conhecida como "sapinho") ou verminoses, além de acidentes por ingestão de pequenos objetos. O contato direto com a chupeta após cair no chão também aumenta as chances de contaminação oral. Contra a acumulação de micróbios na borracha do bico, os cuidadores devem lavar bem o objeto e podem fazer uso de higienizadores próprios para isso, mantendo-a em local limpo e seco quando fora de uso. Os médicos aconselham fazer a higiene bucal dos bebês uma vez ao dia, com gaze umedecida ou uma fralda de pano limpa. "Sugerimos sempre levar a criança pela primeira vez ao dentista logo após nascer o primeiro dente, geralmente entre seis e 12 meses de idade", afirma Barbosa.
Aos mais crescidinhos, deve ser sempre incentivada - com o exemplo dos próprios cuidadores - a adoção de hábitos rotineiros como tomar banho, escovar os dentes, cortar as unhas e lavar as mãos antes das refeições. Como as crianças já são mais independentes em termos de higiene pessoal, a mão dos adultos é bem-vinda na manutenção da limpeza do ambiente e dos objetos mais utilizados. "Atualmente, é preciso alertar os pais sobre a higienização dos teclados de microcomputadores e dos joysticks, fontes de contaminação", alerta o médico.