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Aulas de educação física são mais importantes do que parecem

Quanto maior a aptidão física da criança, menor o risco de transtornos mentais, diz estudo

2 mai 2024 - 09h00
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Exercícios protegem crianças e adolescentes de depressão, ansiedade e TDAH
Exercícios protegem crianças e adolescentes de depressão, ansiedade e TDAH
Foto: iStock / Jairo Bouer

Um estudo publicado na revista Jama Pediatrics, da Associação Médica Norte-Americana, mostra que praticar bastante exercício pode proteger crianças e adolescentes contra sintomas depressivos, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

Segundo o trabalho, os benefícios da aptidão física para os jovens vão muito além da saúde física. E quanto mais exercício, melhor. Os resultados mostraram que um desempenho mais alto em atividades cardiovasculares, de força e de resistência muscular foram associados a uma proteção ainda maior contra problemas de saúde mental.

As descobertas chegam em um momento em que os EUA  continuam a lidar com um aumento importante nos diagnósticos de saúde mental entre crianças e adolescentes.

Dados de 1,9 milhão de estudantes

O estudo, conduzido por pesquisadores em Taiwan e dos EUA, comparou dados dos testes de aptidão física nacionais de 1.9 milhão estudantes de Taiwan aos do banco de dados da seguradora nacional, que registra queixas médicas, diagnósticos, prescrições e outras informações de saúde.

Os pesquisadores usaram os dados anônimos para comparar a aptidão física dos estudantes com sua saúde mental. O risco de transtorno de saúde mental foi ponderado em relação à aptidão cardiorrespiratória (medida pelo tempo de corrida de 800 metros de um aluno); resistência muscular (indicada pelo número de abdominais); e potência muscular (medida pelo salto em distância).

O que eles descobriram?

Um desempenho mais alto em cada atividade foi associado a um menor risco de transtorno de saúde mental.

Uma redução de 30 segundos no tempo dos 800 metros foi associada a um menor risco de ansiedade, depressão e TDAH em meninas. Em meninos, foi associada a uma menor ansiedade e um menor risco de TDAH.

Enquanto isso, um aumento de cinco abdominais por minuto foi associado a uma menor ansiedade e risco de TDAH em meninos, e foi relacionado a um menor risco de depressão e ansiedade em meninas.

"Essas descobertas sugerem o potencial da aptidão cardiorrespiratória e muscular como fatores de proteção na mitigação do surgimento de transtornos de saúde mental entre crianças e adolescentes", escreveram os pesquisadores.

Saúde mental dos jovens nos EUA

As estatísticas em relação à saúde mental dos jovens norte-americanos revelam tendências alarmantes: de 2001 a 2019, a taxa de suicídio para americanos entre 10 e 19 anos aumentou 40%, enquanto as visitas de emergência relacionadas à automutilação aumentaram 88%. Especialistas sugerem que o uso excessivo de telas substituiu o sono, o exercício e a atividade presencial, todos considerados fundamentais para o desenvolvimento saudável.

"A [nova] descoberta enfatiza a necessidade de mais pesquisas em programas de aptidão física direcionados", concluíram os pesquisadores. Enquanto isso, os autores acreditam que programas de exercícios têm um potencial significativo como intervenções preventivas contra distúrbios mentais em crianças e adolescentes.

Precisa de ajuda? 

Existem alguns serviços muito bacanas com os quais você pode contar caso você ou alguém que você ama esteja em sofrimento emocional. Um deles é o CVV (Centro de Valorização à Vida), que você pode acessar ligando no 188 ou pelo site (cvv.org.br). Inclusive há um chat que pode ser usado para se conectar com alguém.

Outro site que oferece esse tipo de serviço é o Mapa da Saúde Mental (mapasaudemental.com.br), com várias opções de auxílio. 
Você também pode buscar auxílio profissional dos CAPS, nas Unidades Básicas de Saúde (Saúde da Família, Postos e Centros de Saúde), ou no setor de psiquiatria dos hospitais. Se você suspeitar de uma emergência, não hesite: ligue para o SAMU (192), ou procure um serviço de emergência (em pronto-socorros, hospitais ou numa UPA 24H).
Jairo Bouer
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