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Antigamente, o sono era dividido em dois turnos; entenda o hábito e como ele mudou

Antes da vida elétrica e dos relógios de fábrica, dormir em dois turnos era comum; entenda como a luz, as estações e a ansiedade moldam o sono

10 nov 2025 - 16h32
(atualizado em 10/11/2025 às 15h11)
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Dormir cerca de oito horas seguidas parece o ideal. Mas o que poucos sabem é que, durante séculos, a noite foi dividida em dois blocos: o "primeiro sono" e o "segundo sono", separados por um período tranquilo de vigília. Registros europeus, africanos e asiáticos descrevem famílias que se deitavam cedo, acordavam por volta da meia-noite para tarefas simples, oração, leitura discreta ou conversas baixas - e então voltavam a dormir até o amanhecer. 

Durante séculos, o sono humano foi dividido em dois períodos
Durante séculos, o sono humano foi dividido em dois períodos
Foto: o “primeiro” e o “segundo sono”; entenda por que esse padrão desapareceu - Reprodução: Ketut Subiyanto/Pexels / Bons Fluidos

Como perdemos o segundo sono

A mudança veio em duas ondas:

  • Luz artificial: lamparinas, gás e, depois, eletricidade alongaram as noites ativas. Ficar acordado até mais tarde atrasou a melatonina e reduziu os despertares naturais do meio da noite;
  • Revolução Industrial: turnos rígidos e horários de fábrica consolidaram o descanso em um único bloco. No início do século 20, a ideia de oito horas contínuas substituiu o ritmo ancestral.

Em estudos de laboratório que simulam noites longas e escuras, sem relógios nem telas, pessoas espontaneamente voltam a dormir em dois segmentos separados por um intervalo calmo. Pesquisas de comunidades sem eletricidade mostram o mesmo padrão: acordar perto da meia-noite continua natural.

Por que o inverno "esticado" mexe com a gente

A luz é o metrônomo do nosso relógio biológico. No inverno, a manhã chega mais tarde e mais fraca, dificultando o alinhamento circadiano. A luz matinal, rica em comprimentos de onda azul, ajuda a suprimir a melatonina e a engrenar o dia. Sem esses sinais, a percepção do tempo muda: em ambientes escuros, os minutos parecem demorar mais. Experimentos em isolamento temporal, cavernas e realidade virtual mostram que cenas noturnas são percebidas como intervalos mais longos, especialmente quando o humor está em baixa.

Em regiões polares, onde não há nascer e pôr do sol regulares, comunidades adaptadas tendem a lidar melhor com o ciclo de luz extremo - rotina compartilhada e, possivelmente, fatores genéticos ajudam a proteger o humor contra o inverno prolongado.

Cochilo: o vestígio moderno

O organismo guarda uma queda natural de alerta no início da tarde, a famosa "queda pós-almoço". Cochilos curtos (20-30 min) melhoram humor, memória e atenção sem atrapalhar a noite. É um eco do antigo padrão bifásico que ainda pode ser útil para muita gente.

Dicas práticas para noites mais gentis

  • Luz da manhã: busque sol logo cedo; se possível, caminhe ao ar livre;
  • Luzes à noite: reduza brilho e telas na última hora do dia; priorize lâmpadas quentes;
  • Rotina estável: horários regulares ensinam o corpo a prever o sono;
  • Aceitação tranquila: acordou às 3h? Está tudo bem! Trate o despertar como uma pausa e não como um problema;
  • Ambiente amigo: quarto escuro, silencioso e fresco; reserve a cama para dormir.
Bons Fluidos
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