7 erros comuns ao usar protetor solar que você precisa evitar
Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados mais de 220 mil novos casos anuais do tipo não melanoma no triênio 2023-2025. Confira as dicas da dermatologista Priscila Câmara de Camargo
Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), espera-se mais de 220 mil novos casos anuais do tipo não melanoma no triênio 2023-2025. Confira as dicas da dermatologista Priscila Câmara de Camargo
O câncer de pele é o tipo mais incidente no Brasil, respondendo por cerca de 33% de todos os diagnósticos oncológicos no país. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), espera-se mais de 220 mil novos casos anuais do tipo não melanoma no triênio 2023-2025. Diante desse cenário, a campanha Dezembro Laranja reforça que a foto proteção se torna crucial, mas a eficácia dela depende diretamente da forma de aplicação do protetor solar.
A dermatologista Priscila Câmara de Camargo, da Clínica Camargo, em São Paulo, alerta: não basta apenas passar o protetor; é preciso passar da maneira correta. Uma série de erros comuns, muitas vezes inconscientes, reduzem ou anulam completamente a barreira de defesa da pele contra a radiação ultravioleta.
"A grande falha na fotoproteção não está na falta de produto, mas sim na falta de técnica. Vemos pacientes que compram um FPS alto, mas aplicam uma camada fina pela manhã e acreditam estar seguros o dia todo", destaca.
A médica completa: "A campanha Dezembro Laranja é um lembrete anual de que o cuidado com a pele é um investimento diário e que a prevenção é sempre o melhor tratamento".
Confira a lista dos 7 erros mais comuns que sabotam sua proteção solar, segundo a dermatologista:
Aplicar a quantidade insuficiente
"Este é, talvez, o erro mais crucial. O Fator de Proteção Solar (FPS) indicado no rótulo é medido em laboratório com uma quantidade padronizada do produto. Quando o usuário aplica uma camada fina, ele recebe apenas uma fração dessa proteção", lembra.
A Regra da colher de chá: Segundo a médica, a dose correta é de uma colher de chá cheia para cobrir o rosto e o pescoço. Para o corpo, o ideal é usar uma colher de sopa cheia para cada área (tronco, braços, pernas). Se o produto acaba rápido demais, você está aplicando corretamente.
Não reaplicar no tempo certo
"Achar que o protetor dura o dia todo é um erro fatal. A eficácia do produto diminui em contato com o suor, a água e devido à degradação natural dos filtros solares pela exposição contínua", esclarece Priscila.
Frequência correta: Recomenda-se reaplicar a cada 2 a 3 horas de exposição contínua, mesmo para quem fica na sombra. Se houver mergulho ou suor intenso, a reaplicação deve ser imediata.
Esquecer áreas críticas e sensíveis
Muitas pessoas se concentram apenas no rosto e nos ombros, esquecendo de locais onde o câncer de pele pode se desenvolver silenciosamente.
Áreas de alerta: "As orelhas (topo e lóbulo), o dorso dos pés (que sofre queimaduras graves), a nuca e os lábios (que exigem um bastão específico com FPS). Pessoas com calvície devem proteger também o couro cabeludo", ressalta a especialista.
Esperar para aplicar o produto
O protetor solar, especialmente os de filtro químico, não age imediatamente. Eles precisam de um tempo para serem absorvidos pela pele e formarem a barreira de proteção.
Timing certo: "A aplicação deve ser feita 15 a 30 minutos antes de sair de casa ou de iniciar a exposição solar. Aplicar na beira da piscina ou da praia significa que a pele estará desprotegida durante os primeiros minutos de radiação intensa", indica.
Confiar apenas em maquiagens com FPS
Bases, BB Creams e pós compactos com FPS são ótimos complementos, mas não devem ser a única linha de defesa.
Por Quê? "Para atingir o fator de proteção anunciado em uma maquiagem, seria necessário aplicar uma camada inviável esteticamente. O ideal é aplicar o protetor solar habitual primeiro e, em seguida, usar a maquiagem com FPS para reforçar a proteção contra a luz visível", alerta a doutora.
Usar protetor facial vencido ou mal armazenado
A validade é um fator crucial. Protetores fora do prazo ou que sofreram alterações de temperatura (como ficar meses dentro de um porta-luvas) perdem a estabilidade e a eficácia de seus ingredientes ativos.
Dica prática: "Fique atento à data de validade e, principalmente, ao prazo de uso após aberto (indicado por um pequeno símbolo de pote aberto com um número, como $6M$ ou $12M$). Nunca deixe o produto exposto diretamente ao sol ou calor", reforça Priscila.
Ignorar a radiação em ambientes fechados
A radiação ultravioleta A (UVA), responsável pelo fotoenvelhecimento e ligada ao câncer de pele, atravessa janelas e vidros comuns.
Prevenção urbana: "Quem trabalha ou passa muito tempo em frente a janelas (no escritório ou em casa) deve usar o protetor solar diariamente. Além disso, o produto protege contra a luz azul emitida por telas de computador e celulares, que pode causar ou agravar manchas", explica.
A prevenção do câncer de pele é um hábito que exige atenção aos detalhes. Corrigir esses sete erros comuns é o primeiro passo para garantir que o Dezembro Laranja e o verão sejam sinônimos de saúde e proteção. "Lembre-se de fazer o autoexame da pele regularmente e de procurar um dermatologista para um check-up anual", conclui a dermatologista.