Onça-pintada que sobreviveu a incêndio no Pantanal dá à luz a filhote
Animal tinha sofrido queimadura de 2º grau nas quatro patas nas queimadas de agosto de 2024
Onça-pintada Miranda, resgatada com queimaduras durante as queimadas de 2024 no Pantanal, foi devolvida à natureza, monitorada pela ONG Onçafari, e recentemente surpreendeu ao dar à luz um filhote.
Uma onça-pintada chamada Miranda deu à luz a um filhote cerca de nove meses após ter sido resgatada com queimaduras de 2º grau durante as queimadas de 2024 no Pantanal sul-matogrossense. Depois que retornou à natureza, ela vinha sendo monitorada pela ONG Onçafari, que descobriu o feito.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
“Ver a Miranda com seu filhote nos encheu de felicidade e esperança. Foi realmente um presente para nós”, Lili Rampim, bióloga da instituição.
O animal foi encontrado em agosto do ano passado no interior de uma manilha de concreto, tentando se proteger de um incêndio de grandes proporções na região de Miranda, no Mato Grosso do Sul. Ela foi resgatada em uma operação que durou cerca de 26h e levada ao Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande, para realização de exames médicos e tratamento intensivo para cicatrização das lesões.
Ela foi batizada com o nome do município em que foi encontrada e ficou cerca de um mês em tratamento. Em setembro, foi devolvida à natureza com um radiocolar com GPS para monitoramento. Neste mês, a equipe foi surpreendida. Ela apareceu em frente às câmeras, chamadas pela ONG de “armadilhas fotográficas”, com seu mais novo filhote, que ainda está sem nome.
De acordo com a instituição, vê-la com um filhote marcou um novo capítulo em sua trajetória e para a proteção da vida selvagem.
Queimadas no Pantanal
De acordo com um balanço apresentado pelo Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul em dezembro de 2024, a região enfrentou um dos cenários mais extremos em comparação aos anos anteriores a partir dos impactos das mudanças climáticas. O estado teve um longo período de estiagem, pouco volume de chuvas e altas temperaturas.
A previsão inicial de área queimada para aquele ano era de 5 milhões de hectares, no entanto, segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA), foram queimados no bioma um total de 1,6 milhões de hectares. Cerca de 70% além do esperado.