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Mortes por chuva no RS chegam a 57 e superam ciclone de setembro; 860 mil imóveis estão sem água

Estado tem 67 desaparecidos e áreas ilhadas dificultam operações de resgate; em Porto Alegre, cheia recorde do Rio Guaíba alagou ruas do centro histórico e obrigou a desocupação de bairros

4 mai 2024 - 10h17
(atualizado às 15h21)
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O número de mortos (57) pelas enchentes que castigam o Rio Grande do Sul nesta semana já superou o total de vítimas (54) de outra tragédia na região, registrada em setembro após a passagem de um ciclone extratropical acompanhado de chuvas. Segundo o balanço da Defesa Civil na manhã deste sábado, 4, há ainda 67 desaparecidos - é o pior desastre climático do Estado.

  • Os temporais deixam, até este sábado, 860.952 endereços sem abastecimento de água, segundo a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). O número representa 28% do total de clientes no Estado.
  • Já a falta de energia elétrica chega a 350 mil pontos, sendo 296 mil deles relativos a clientes da RGE Sul (9,5% do total) e 54 mil da CEEE Equatorial (3% do total).
  • O serviço de internet e telefonia está prejudicado em 63 municípios atendidos pela Tim, 46 pela Vivo e 19 pela Claro.

No total, 300 dos 497 municípios gaúchos são afetados pelos temporais. No Estado, há diversas áreas, o que dificulta os resgates, mesmo de aeronaves. Roca Sales, na região do Vale do Taquari, foi uma das cidades mais destruídas pelos dois desastres climáticos. O prefeito foi às redes sociais relatar o "caos" e pedir ajuda para o socorro de 15 moradores soterrados. "A gente não consegue ir a lugar nenhum. Temos de ir de barco."

Há registros de blecautes e dificuldades de abastecimento de água. Em Porto Alegre, o nível do Rio Guaíba bateu nível recorde, alagou ruas do centro histórico e a rodoviária, além de obrigar diversos moradores a saírem de casa. Ao menos 54 mil domicílios sofrem com blecaute neste sábado e 66 bairros correm o risco de ficar sem de água. O Aeroporto Salgado Filho suspendeu operações.

Em São Leopoldo, na região metropolitana da capital gaúcha, houve corrida aos supermercados e produtos sumiram das prateleiras por medo de desabastecimento. Mesmo nas cidades que não foram tão afetadas pelas enchentes, há receio de dificuldades de entrega por causa dos bloqueios nas estradas.

A posição geográfica do Rio Grande do Sul, entre as áreas tropicais e as polares, favorece a ocorrência de eventos climáticos extremos, mas eles têm se tornado mais intensos e frequentes com a piora do aquecimento global. Em todo o Brasil, os efeitos da crise climática serão sentidos com cada vez mais força nos próximos anos, alertam especialistas.

Estadão
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