Ibama multa restaurante de PE em R$ 1,6 milhão por oferecer caranguejo ameaçado de extinção
Ao todo, os fiscais encontraram 166 guaiamuns confinados no restaurante, onde eram abatidos e servidos aos clientes
Um restaurante de Goiana, no litoral norte de Pernambuco, foi multado em R$ 1,6 milhão após fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) flagrarem a venda ilegal de guaiamuns, espécie de caranguejo ameaçada de extinção.
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O flagrante aconteceu no dia 27 de janeiro em meio à Operação Caburi, que visa combater a coleta, o transporte e o comércio ilegais de caranguejos. Ao todo, os fiscais encontraram 166 guaiamuns confinados no restaurante, onde eram abatidos e servidos aos clientes.
Os animais foram apreendidos e imediatamente devolvidos à natureza, em uma área próxima a um manguezal, em uma cidade vizinha.
Quanto ao estabelecimento, o Ibama levou em consideração a vulnerabilidade da espécie, o grande número de caranguejos apreendidos e o fato de que as infrações foram cometidas visando o lucro para, então, aplicar a multa de R$ 1,6 milhão.
O Ibama destacou, ainda, que a espécie está criticamente ameaçada de extinção e só pode ser comercalizada e consumida se coletada em áreas autorizadas, de acordo com a Portaria 445, de 2014, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
O chefe do Núcleo de Operações de Fiscalização da Atividade Pesqueira (Nupesc) do Ibama, Igor de Brito Silva, destaca a importância da colaboração da sociedade, a fim de garantir a proteção da biodiversidade brasileira.
“É fundamental que a população não consuma animais ameaçados de extinção. Essa atitude desestimularia a comercialização por estabelecimentos que lucram com a prática desse crime ambiental”, afirmou Brito.
O guaiamum é uma espécie de caranguejo conhecida pela coloração azulada característica. Os animais podem crescer até 15 centímetros e pesar 500 gramas. A espécie pode ser encontrada no litoral de toda a América, entre o Brasil e os Estados Unidos. No entanto, a pesca predatória tornou o animal vulnerável à extinção desde 2005 e, a partir de 2018, passou a estar criticamente ameaçada.