Mal-estar por calor e intoxicação: ambulatórios da COP30 têm mais de mil atendimentos registrados
Unidades de pronto-atendimento já registraram dezenas de casos durante três dias
Os ambulatórios disponíveis na Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP30) já registraram dezenas de atendimentos durante os três primeiros dias do evento, em Belém (PA). Os principais sintomas relatados por pessoas que precisaram de ajuda médica são mal-estar por calor (náuseas, diarreia e tontura) e intoxicação alimentar. De acordo com ministro Alexandre Padilha, que está na capital paraense, falou que desde o começo da COP, a rede de saúde do Pará recebeu cerca de mil atendimentos até a tarde desta quarta-feira, 12. Ainda segundo Padilha, 1% precisou de internação e 6% está em observação.
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Nesta quarta-feira, 12, em um dos postos de atendimento da COP30, a reportagem ouviu relatos de pessoas que estão se sentindo mal há dias. Durante cerca de uma hora em que o Terra esteve no local, houve diversas queixas, como: dor de cabeça, febre, náuseas, diarreia, tontura, alergia alimentar e até crise de choro.
Os Postos de Atendimento Médico (PAMs) estão instalados nas áreas Blue Zone, acessível apenas para credenciados, e Green Zone, aberta para o público em geral. Os PAMs funcionam como pontos de triagem e de primeiros cuidados e estão disponíveis em um plantão de 12 horas. Há uma equipe volante do Sistema Único de Saúde (SUS) realizando atendimentos básicos entre os participantes do evento, como curativos em dedos dos pés machucados, por exemplo.
Uma jornalista italiana, que precisou de ajuda logo na sua chegada à Conferência, contou que está há quatro dias se sentindo mal. Desde que chegou a Belém, ela disse que tem tomado todos os cuidados necessários, mas que acredita ter sido vítima de uma intoxicação alimentar.
“Tenho bebido água apenas de lata, justamente porque queria evitar qualquer problema. Mas não adiantou e eles ainda não sabem me dizer o que eu tenho. Já tomei antibióticos, até mesmo Annita [remédio para tratar verme e rotavírus], mas não melhorei”, declarou.
Dois pacientes argentinos precisaram de cadeiras de rodas por causa do mal-estar, provocado pelo calor. Já uma brasileira relatou que começou a passar mal enquanto estava assistindo a um evento. “Comecei a me sentir tonta e me deu muita vontade de chorar. Não sei explicar direito o que houve, mas tenho sentido muito calor também”, desabafou.
*Essa reportagem foi produzida como parte da Climate Change Media Partnership 2025, uma bolsa de jornalismo organizada pela Earth Journalism Network, da Internews, e pelo Stanley Center for Peace and Security.