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Fiat Prêmio, o sedã que fez o brasileiro gostar de 4 portas

Há 35 anos nascia o carro que reeducou o consumidor para a comodidade das quatro portas, com bagageiro de 530 litros e estepe junto ao motor

26 mar 2020 - 17h22
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Fiat Prêmio: novidade em 1985 com motor 1.5 Sevel e quatro portas.
Fiat Prêmio: novidade em 1985 com motor 1.5 Sevel e quatro portas.
Foto: FCA / Divulgação

O Fiat Prêmio não tem a mesma fama de outros sedãs fabricados no Brasil, mas em sua história de vida, de 1985 a 1994, ele foi mais relevante para mudar um paradigma nacional do que outros carros: o gosto pelas quatro portas. Vários sedãs antes do Prêmio tinham quatro portas, mas foi com o sucesso desse carro que o brasileiro nunca mais quis saber de carro com duas portas.

O Prêmio usava a mesma plataforma do Fiat Uno -- esse, sim, totalmente revolucionário -- e chegou para substituir o Oggi (sedã do Fiat 147). Manteve a estratégia de trazer um grande porta-malas, mas trouxe algo mais: ao contrário do Oggi, o Fiat Prêmio tinha  quatro portas. Segundo a FCA, o fato de oferecer carroceria com duas e quatro portas era “um relevante argumento de vendas, enquanto a maioria de seus concorrentes da época só oferecia sedãs com duas”.

O enorme porta-malas de 530 litros não acomodava o estepe, que ia no cofre do motor.
O enorme porta-malas de 530 litros não acomodava o estepe, que ia no cofre do motor.
Foto: FCA / Divulgação

Fazendo dobradinha com o Uno (também disponível em quatro portas), o Prêmio conquistou o coração do consumidor comum, pois trazia um porta-malas de incríveis 530 litros para um carro de apenas 4 metros. O segredo estava no estepe, que ficava no compartimento do motor, na frente, deixando o terceiro volume todo para as bagagens.

Vale dizer que o consumidor brasileiro de carros foi “educado”, digamos assim, pela Volkswagen, com seu Fusca de duas portas. Os carros de quatro portas não chegam ao povão. Por isso, a maioria dos consumidores achava que as portas traseiras eram perigosas (e em alguns casos eram mesmo, pois se abriam durante a viagem). Com o Fiat Prêmio, a confiança nas quatro portas se consolidou, reforçando o novo paradigma junto com o Uno.

Motor 1.5 com injeção eletrônica: outro avanço tecnológico para o Fiat Prêmio.
Motor 1.5 com injeção eletrônica: outro avanço tecnológico para o Fiat Prêmio.
Foto: FCA / Divulgação

O Prêmio foi o primeiro carro nacional a oferecer um importante item presente nos modelos atuais: computador de bordo. O display mostrava médias de consumo e de velocidade, além do alcance (ou autonomia do tanque). O Prêmio também foi o primeiro modelo a usar o motor 1.5 Sevel, de 71 cv de potência e 120 Nm de torque (com etanol), alcançando o mesmo desempenho do Uno Sx, que era 13 kg mais leve. Os Fiat sempre foram agradáveis de dirigir -- e o Prêmio acrescentou conforto e conveniência. O modelo tinha a suspensão macia e grande espaço interno. Desenvolvido em Betim (MG), o Fiat Prêmio foi exportado para América Latina e Europa com o nome Duna. Na Itália, chegou a ser um dos veículos mais vendidos. 

Durante os dez anos em que foi comercializado, o Fiat Prêmio teve quase 180 mil unidades vendidas no Brasil. Com a produção encerrada no Brasil, em 1995 ele passou a ser importado da Argentina, com o nome Duna e motor 1.6 Sevel. No ano 2000 a produção foi encerrada também na Argentina. Hoje, a Fiat tem em sua linha dois sedãs compactos: o Grand Siena (já em fim de carreira) e o Cronos, um dos melhores carros do mercado brasileiro (também produzido na Argentina).

Em 1995, o carro passou a ser importado da Argentina com o nome Duna e motor 1.6.
Em 1995, o carro passou a ser importado da Argentina com o nome Duna e motor 1.6.
Foto: FCA / Divulgação
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