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Venezuelanos vão eleger no domingo os membros da polêmica Constituinte de Maduro

28 jul 2017 - 13h15
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Os venezuelanos vão às urnas no domingo para eleger os membros de uma polêmica Assembleia Nacional Constituinte, cuja principal tarefa será redigir uma nova Constituição, em uma votação que a oposição não vai participar, alegando que representa a consumação de uma "ditadura".

O presidente Nicolás Maduro disse que o novo corpo de 545 membros da Assembleia, que estará acima dos demais Poderes, é a única opção para pacificar o país, imerso em uma onda de protestos da oposição em que deixou uma centena de pessoas mortas.

"Você decide se permanece passivo, assistindo como queimam e matam, ou se sai no domingo para dar uma lição na oposição", disse o presidente socialista em um ato de encerramento de campanha em Caracas na quinta-feira, convidando seus seguidores a votar.

A Venezuela atravessa a crise mais grave de sua história recente com a inflação em três dígitos, recessão econômica e escassez de alimentos, medicamentos e peças de reposição, que a oposição prevê piorar se a Assembleia Constituinte for aprovada.

A comunidade internacional tem criticado fortemente a proposta de Maduro e pede que ele recue, enquanto a oposição diz que é um pretexto para evitar as próximas eleições, incluindo as presidenciais de 2018, e para dissolver instituições críticas, como o Congresso e o Ministério Público.

Na semana passada, os Estados Unidos foram mais longe e ameaçaram sanções econômicas se Maduro insistir com a proposta da Assembleia Constituinte, mas o sucessor político do falecido Hugo Chávez respondeu pedindo ao presidente Donald Trump que não meta o nariz nos assuntos da Venezuela.

"Por que os venezuelanos têm que pagar o pato pela ambição doentia de um partido político? É mais fácil desmontar a Constituinte do que isolar a Venezuela", disse o líder de oposição Henrique Capriles.

A oposição, consciente de que ganhou mais apoio público com o aprofundamento da crise econômica, exigiu que os tribunais eleitorais divulguem os números da votação para comparação com os 7,5 milhões de venezuelanos que pediram para Maduro suspender a Constituinte em um plebiscito recente.

E, como um último protesto antes da eleição no domingo, os 30 partidos da oposição agrupados na Mesa da Unidade Democrática (MUD) convocaram uma nova "tomada da Venezuela" na sexta-feira, em uma nova jornada de manifestações contra o governo.

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